Governo de Minas apresenta nova versão do protocolo para volta às aulas presenciais
Comitê considera que atual situação da pandemia permite ampliar capacidade, sem impacto nos indicadores epidemiológicos
O Governo de Minas publicou,
nesta sexta-feira (10/9), a nova versão do protocolo que deve ser seguido pelas
escolas mineiras para a manutenção de um retorno seguro às atividades
presenciais. O documento foi aprovado durante a reunião do Comitê
Extraordinário Covid-19, com base no cenário epidemiológico atual.
Conforme o último relatório, a taxa de incidência do coronavírus registrou
queda de 37% na última semana e de 44% nos 14 dias anteriores. Já as
internações caíram 35% em quatro semanas. Vinte e cinco pessoas aguardam por
uma vaga de UTI Covid. Esse número chegou a 227 em 10/6.
Outro destaque é o avanço da vacinação, com a cobertura vacinal da população acima
de 18 anos em 84,96% e, de segunda dose, em 39,92%, segundo a Secretaria de Estado de Saúde
(SES-MG), por meio das informações do Painel
Vacinômetro em 10/9.
Em conjunto, os dados permitem, neste momento, um pouco mais de
flexibilidade para os ajustes propostos.
Novo protocolo
A principal alteração ocorreu em relação ao distanciamento praticado nas
unidades escolares que passou para 0,9 metros. Estudos demonstram que este
distanciamento é viável para a proteção coletiva em ambientes escolares, desde
que outras estratégias de prevenção também sejam adotadas. No entanto, nos
refeitórios, devido a não utilização de máscaras quando os alunos estão se
alimentando, a distância recomendada continua sendo 1,5 metros.
O Comitê Extraordinário Covid-19 considerou também que a situação atual da
epidemia permite ampliar a capacidade de lotação dos espaços escolares para
50%. Até o momento, a lotação máxima permitida era de 1/3 em salas de aulas,
refeitórios e transportes escolares.
“A experiência até o momento tem
demonstrado que o retorno escolar não gera impacto nos indicadores
epidemiológicos do estado. Tanto a taxa de incidência da covid-19, os índices
de hospitalização e número de óbitos no estado estão constantes, mesmo após o
retorno escolar ocorrido em julho de 2021”, avalia a coordenadora do Centro
de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-MG), Eva Lídia Arcoverde.
- Clique aqui para acessar o protocolo
completo.
Trabalhadores da educação
De acordo com Eva Lídia, as atualizações do protocolo são feitas em um momento
de estabilização da pandemia, graças ao avanço da imunização no estado. Em
setembro, a cobertura vacinal dos trabalhadores da educação aumentou
substancialmente. A cobertura está em 96,84% de primeira dose e 28,02% em
segunda dose ou dose única.
Além disso, com a Deliberação CIB SUS CIB-SUS/MG Nº 3.508, os adolescentes de 12
a 17 anos passam a ser elegíveis, já neste mês de setembro, para a vacinação
com as vacinas de Pfizer/Comirnaty.
“As taxas de transmissão estão baixas em
ambientes escolares, demonstrando que, quando realizamos a adesão de múltiplas
estratégias de prevenção e a adesão das escolas as medidas de prevenção são
possíveis um retorno seguro das atividades de educação”, completa.
Atualmente, a vacinação é a principal estratégia de prevenção de saúde pública
para combater a pandemia de covid-19. A promoção da imunização pode ajudar
as escolas a retornar com segurança ao aprendizado presencial, e também às
atividades extracurriculares e aos esportes.
Outras medidas cumulativas, obrigatórias e adicionais de prevenção também devem
ser adotadas para manter nas escolas um ambiente seguro. Algumas
delas: priorização da ventilação; lavagem das mãos e etiqueta
respiratória; ficar em casa quando doente; realização do teste; identificação
de vínculo epidemiológico, em combinação com quarentena isolamento,
limpeza e desinfecção.
Investigação de casos
Em sua quarta versão, o protocolo define o papel, competência e
responsabilidade de cada ator envolvido no monitoramento e investigação de suspeita
e/ou confirmação de casos de covid-19 nos ambientes escolares.
O documento traz um fluxograma com o papel dos gestores escolares; equipes municipais
de Atenção Primária à Saúde (APS) e Vigilância em Saúde (VS); Secretarias
Municipais de Saúde (SMS); Unidades Regionais de Saúde (URSs); Secretaria de Estado de Educação
(SEE/MG); Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
(CIEVS- Minas).
Como prerrogativa exclusiva do setor saúde, a investigação epidemiológica é um
trabalho de campo, realizado a partir de casos notificados (clinicamente
declarados ou suspeitos) e seus contatos.
“Por meio desta ação, é possível
identificar a fonte de infecção e modo de transmissão; identificar grupos
expostos a maior risco e fatores de risco; confirmar o diagnóstico; e
determinar as principais características epidemiológicas. O seu propósito final
é orientar medidas de controle para impedir a ocorrência de novos casos”,
explica Eva Lídia.
Fonte:
Agência Minas