Governo quer acabar com obrigatoriedade de aulas em autoescolas para tirar CNH; projeto é criticado

O presidente da Federação Nacional das Autoescolas do Brasil (Feneauto), Jean Rafael Sanches, afirmou que a proposta não tem respaldo técnico e que a discussão vem sendo feita de forma unilateral pelo ministério.

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31 Julho, 2025

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Governo quer acabar com obrigatoriedade de aulas em autoescolas para tirar CNH; projeto é criticado


O Governo Federal pretende eliminar a exigência do aprendizado teórico e prático em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O projeto em estudo pelo Ministério dos Transportes, que promete reduzir em até 80% o custo da CNH para as categorias A (motos) e B (carros), foi criticado pela Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto).

Atualmente, candidatos a uma carteira de habilitação devem cursar 45 horas de aulas teóricas e 25 de direção (prática) na rua. O projeto anunciado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, prevê que os futuros motoristas poderão se preparar de forma independente, tornando facultativo o ensino nos centros de formação.

Já a aprovação nas provas teórica e prática continuará obrigatória. A iniciativa, segundo o chefe da pasta federal, busca democratizar o acesso à habilitação.

Segundo Renan Filho, a medida pode beneficiar especialmente mulheres e jovens que buscam o primeiro emprego, mas que acabam impedidos pelo custo do processo.

“Se a família tiver dinheiro para tirar só uma carteira, e como tirar uma custa em torno de R$ 3 a R$ 4 mil, ela escolhe tirar só do homem e, muitas vezes, a mulher fica inabilitada, excluída, justamente por essa condição”, disse o ministro.

Dados do Ministério dos Transportes indicam que 54% da população não dirige ou dirige sem habilitação. Entre os motociclistas, 45% pilotam sem CNH. Para o governo, tornar as aulas opcionais pode contribuir para reduzir esse índice.

Autoescolas criticam projeto do Governo
Nas redes sociais, o presidente da Federação Nacional das Autoescolas do Brasil (Feneauto), Jean Rafael Sanches, afirmou que a proposta não tem respaldo técnico e que a discussão vem sendo feita de forma unilateral pelo ministério.

“Do ponto de vista técnico, a proposta não surgiu das câmaras temáticas, que são os órgãos de assessoramento ao Contran (Conselho Nacional de Trânsito). […] Nós estamos parados há um ano e se ali surgisse, pela tecnicidade, pela experiência de quem ali se faz presente, saberia que não teria nenhuma condição. O trânsito hoje é precário no Brasil inteiro”, afirma Sanches.

O presidente da Feneauto também rebate os valores divulgados pelo ministério sobre o custo atual para se obter uma CNH. “Há um ano, ele veio novamente com um valor de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Nós contestamos na época, porque havia um estudo da Senatran mostrando um custo de R$ 2.323, incluindo as taxas do Estado. Fizemos o nosso estudo, temos as portarias estaduais que são publicadas nos 27 estados da Federação”, acrescentou.

Próximos passos
O projeto ainda será analisado pela Casa Civil da Presidência da República e, caso seja aprovado, poderá ser regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Com informações de Agência Brasil

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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