Terceirização substitui professor de apoio e coloca educação inclusiva em risco, em Patos de Minas

É garantido por lei que crianças atípicas, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tenham direito ao acompanhamento de profissionais especializados dentro das instituições de ensino

Notícias | Educação

23 Dezembro, 2025

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Terceirização substitui professor de apoio e coloca educação inclusiva em risco, em Patos de Minas


A saga do professor de apoio segue se aprofundando em Patos de Minas. Recentemente, a prefeitura firmou uma parceria com o Consórcio CISPAR, medida que, na prática, segundo educadores da rede municipal, promove a terceirização da educação inclusiva por meio da contratação de agentes de educação. Esses profissionais, sem formação especializada, passariam a exercer uma função que exige conhecimento técnico, sensibilidade pedagógica e preparo específico, conforme apontam os professores.

É garantido por lei que crianças atípicas, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tenham direito ao acompanhamento de profissionais especializados dentro das instituições de ensino. Para a professora Cristiane Pereira, no entanto, o que se anuncia é a substituição do professor de apoio por agentes de educação, descaracterizando a proposta pedagógica da inclusão e reduzindo o atendimento a um modelo improvisado, sem o conhecimento técnico necessário.

Perde a escola, que vê fragilizada sua base pedagógica. Perdem os alunos, sobretudo aqueles que mais necessitam de um acompanhamento humano, sensível e qualificado”, afirmou em entrevista ao jornalismo da Rádio Clube 98 e ao portal Clube Notícia. “Durante a distribuição de turmas, já existe uma lista com todas as crianças que demandam esse atendimento especial e que, agora, passarão a ser atendidas por agentes sem a formação exigida”, completou.

Segundo a educadora, a prefeitura justifica a mudança alegando o aumento no número de alunos que necessitam de acompanhamento. “A Secretaria não cria novos cargos especializados e opta por uma solução que prioriza a economia com a terceirização da mão de obra, em detrimento da qualidade do ensino e do direito das crianças e de suas famílias”, destacou. “O desenvolvimento pleno dessas crianças exige profissionais formados, capacitados e comprometidos com a educação inclusiva”, ressaltou.

Para Cristiane, “estagnam-se, de forma dolorosa, os gritos por justiça, inclusão e os avanços conquistados na educação especial ao longo de tantos anos de luta coletiva. Educação especial não é improviso, não é economia, não é favor. É direito. E quando se corta o saber, corta-se junto a esperança de muitos”, concluiu.

Procurada, a prefeitura não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.

Fonte: Clube Notícia 

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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