UFMG irá liderar centro de pesquisa em inteligência artificial aplicada à saúde
O Centro de Inovação em Inteligência Artificial para a Saúde
(CIIA-Saúde), liderado pela UFMG, foi selecionado para integrar um seleto grupo
de projetos de pesquisa nas áreas de saúde, agronegócio, indústria e
cidades inteligentes por meio de técnicas de Inteligência Artificial.
A iniciativa reúne pesquisadores de várias unidades da UFMG,
como o ICEx, as faculdades de Medicina e de Ciências Econômicas,
as escolas de Engenharia e Enfermagem, e conta com apoio do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovações (MICTI), da Fapesp, do Comitê Gestor da
Internet do Brasil (GCI.BR), do governo de Minas e de quatro empresas. O
projeto receberá recursos de R$ 15 milhões nos próximos cinco anos – R$ 5
milhões por meio de chamada lançada por MCTI, Fapesp e GCI.BR., e R$
10 milhões aportados por Unimed-BH, Kunumi, Intel e Grupo Splice.
O anúncio dos cinco centros selecionados foi feito na manhã
de terça-feira, dia 4, em evento presidido em Brasília pelo ministro
Marcos Pontes, do MCTI. No fim da tarde, a reitora Sandra Regina Goulart
Almeida, o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, o pró-reitor de
Pesquisa, Mário Campos, e os coordenadores do projeto discutiram detalhes
da iniciativa em encontro no campus Pampulha.
A reitora Sandra Goulart destacou que o CIIA-Saúde é um ambiente
multidisciplinar e multiusuário que contribuirá para a qualidade de vida da
população. “A liderança da UFMG no projeto revela sua excelência no campo da
saúde.” O vice-governador Paulo Brant espera que o projeto gere frutos em
médio e longo prazos. “Certamente, ele terá um caráter transformador, com a
união entre inteligência artificial e ciências da saúde, áreas em que Minas
Gerais é muito forte”. Para Brant, a proposta do CIIA-Saúde é
sustentada em uma tríplice hélice: “academia forte, empresas e apoio
institucional do governo”.
O pró-reitor de Pesquisa, Mário Campos, ressaltou o fato de o
Centro de Inovação reunir várias unidades, uma prova, segundo ele, da
“capacidade de convergência da UFMG”. “Haverá uma sinergia entre saúde,
ciências de dados e computação. A pesquisa da UFMG, que já é muito destacada,
mudará de patamar”, prevê.
Os professores Wagner Meira, do Departamento de Ciência da Computação do
ICEx, e Antônio Luiz Pinho Ribeiro, da Faculdade de Medicina,
também falaram sobre a iniciativa à TV UFMG:
De acordo com o edital, o CIIA-Saúde liderado pela UFMG e os outros
quatro projetos selecionados terão prazo de cinco anos, renovável por mais
cinco, para desenvolver pesquisas no campo da Inteligência
Artificial aplicadas e orientadas à resolução de problemas.
Vida como continuum
As principais aplicações da Inteligência Artificial (IA) na área da
saúde incluem suporte para diagnóstico e decisão clínica, monitoramento de
pacientes, dispositivos automatizados para auxiliar cirurgias e
o atendimento ao paciente e gerenciamento de sistemas de saúde. Também
estão incluídos nesse rol a mineração de mídias sociais para inferir possíveis
riscos à saúde, aprendizado de máquina para prever risco em pacientes e
robótica para apoiar cirurgia.
Os idealizadores do projeto partem do princípio de que a trajetória de
vida dos indivíduos é um continuum, em que várias doenças são
determinadas mais cedo. Assim, o projeto do Centro é estruturado com o objetivo
de prever processos latentes com alta probabilidade de sucesso
da intervenção precoce para evitar o início da doença.
Os trabalhos do CIIA-Saúde liderado pela UFMG vão se
organizar em cinco eixos: Prevenção e qualidade de vida, Diagnóstico,
prognóstico e rastreamento, Medicina terapêutica e personalizada, Sistemas de
saúde e gestão e Epidemias e desastres.
Além da UFMG, que sediará o Centro em instalações no prédio da Unidade
Administrativa II, no campus Pampulha, o projeto integrará esforços das áreas
de ciências exatas e da saúde empreendidos por nove instituições de ensino
superior das regiões Sudeste, Sul e Norte do Brasil em parceria com quatro
empresas das áreas de saúde, tecnologia e educação (Unimed-BH, Kunumi, Intel e
Grupo Splice). Ele também deverá fomentar intensa atividade internacional, por
meio da colaboração com pesquisadores e instituições de excelência na pesquisa
em IA e saúde.
Fonte: ASCOM UFMG