10% mais ricos ganham 14,4 vezes a renda dos 40% mais pobres no Brasil
Em 2023, os 10% com a menor renda ficaram com apenas 1,1% da massa. Já os 10% mais ricos receberam 41% do total

Os 10% mais ricos da população brasileira
receberam, em média, 14,4 vezes a renda dos 40% mais pobres em 2023, segundo
dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora mostre a desigualdade entre os grupos, essa relação continuou no menor
patamar da série histórica iniciada em 2012. A razão também era de 14,4 vezes
em 2022. O valor máximo da série foi observado em 2018 (17,1 vezes), no
pré-pandemia.
“Em 2023, manteve-se o menor valor da série
histórica, que já tinha sido observado em 2022. Apesar dessa melhora, a
desigualdade de renda no país continua muito acentuada“, afirmou Gustavo
Geaquinto Fontes, analista da pesquisa do IBGE.
Os dados integram a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD), Contínua: Rendimento de Todas as Fontes 2023. O
levantamento vai além do mercado de trabalho e também traz informações de
recursos obtidos pela população por meio de iniciativas como programas sociais,
aposentadorias, pensões e aluguel.
Em 2023, a renda média domiciliar per capita (por
pessoa) alcançou o recorde de R$ 7.580 por mês entre os 10% mais ricos. A alta
foi de 12,4% ante 2022. Enquanto isso, a renda per capita dos 40% mais pobres
chegou a R$ 527 no ano passado, outra máxima da série histórica. O crescimento
foi de 12,6% na comparação com o ano anterior.
Segundo o instituto, o ganho de renda verificado em
2023 ocorreu em meio a um cenário de ampliação do Bolsa Família, que substituiu
o Auxílio Brasil, melhoria do mercado de trabalho e aumento real do salário
mínimo.
Esses fatores, contudo, não foram capazes de
eliminar as disparidades que aparecem desde o início da série histórica.
Fonte: O Tempo