Alta de dengue e Covid deve sobrecarregar serviço de saúde após Carnaval e aulas
Nas seis primeiras semanas do ano, os casos de dengue quadruplicaram, segundo o Ministério da Saúde
Com o aumento de casos de dengue e o avanço da
Covid, gestores estaduais e municipais de saúde preveem uma maior sobrecarga
dos serviços nas próximas semanas e já planejam mudanças de horário de
funcionamento das unidades e aumento e capacitação de equipes. Nas seis
primeiras semanas do ano, os casos de dengue quadruplicaram, segundo o
Ministério da Saúde. São 512.353 casos suspeitos, contra 128.842 registrados no
mesmo período de 2023 (128.842). O país soma 75 mortes.
Ao mesmo tempo, o número de novos casos semanais de
Covid está acima de 36 mil, com aumento consistente nas últimas cinco semanas.
Até o dia 8 de fevereiro, havia um total de 194 óbitos. Esse cenário não era
observado desde abril de 2023, de acordo com o painel de monitoramento do
Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde).
Segundo Jurandi Frutuoso, secretário-executivo do
Conass, a pressão causada pela alta da dengue e da Covid representa um desafio
adicional aos serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) situação que
deve piorar nas próximas semanas.
“Aglomerações de pessoas, como ocorre no Carnaval e
o retorno as aulas, são fatores diretos para intensificar a transmissão da
Covid-19. Ao mesmo tempo, é esperada uma alta de casos de dengue uma vez que a
doença ainda não atingiu o pico”, explica.
Ele diz que as duas doenças apresentam sintomas que
podem ser confundidos, dificultando o diagnóstico diferencial. “Casos
de dengue podem ser manejados em leitos de observação e, se isso é feito
adequadamente, poucos serão os casos que necessitarão de leitos de internação
ou UTI [Unidade de Terapia Intensiva].”
De acordo com ele, os gestores das três esferas do
SUS estão empenhados no enfrentamento do aumento de casos de dengue, com
esforços voltados para a ampliação das equipes, do horário de funcionamento das
unidades de saúde e para a capacitação dos profissionais.
A Secretaria de Estado da Saúde informou ainda que
mantém o monitoramento constante do cenário epidemiológico das duas doenças em
todo o território estadual e reforça a importância da vacinação contra a Covid,
em especial as doses de reforço.
Desde o fim do ano passado, o Ministério da Saúde
estabeleceu um reforço da vacina bivalente para pessoas com mais de 60 anos e
para imunocomprometidos com mais de 12 anos que tenham recebido a última dose
há mais de seis meses.
Fonte: O TEMPO