Cafeicultores da Região do Cerrado Mineiro investem em projetos para preservação do bioma Cerrado e resiliência climática
O Ecossistema tem papel importante na manutenção do equilíbrio de uma vasta região do país, com atividades na agricultura, pecuária e produção de energia
No mês em que se comemora o Dia
Nacional do Cerrado, a Região do Cerrado Mineiro (RCM) segue com as ações
que visam preservar e proteger o segundo maior bioma
da América do Sul.
Com o objetivo de preservar o
bioma, os cafeicultores da Região do Cerrado Mineiro, atualmente
com 4.500 cafeicultores associados em 55 municípios, por meio das organizações
que compõem a Federação dos Cafeicultores do Cerrado investem em
projetos de conservação do ecossistema como o Viveiro de Atitude e, também, por
meio da participação na plataforma colaborativa Consórcio Cerrado das Águas,
apoia a implementação de estratégias de agricultura climaticamente inteligentes
desenvolvidas através do Programa de Investimento no Produtor Consciente.
Viveiro de Atitude
Projeto socioambiental idealizado
pelas fazendas associadas à Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado de Monte
Carmelo (Monteccer) que tem o objetivo criar iniciativas e projetos para
conservação do bioma. Na estrutura do viveiro, localizado nas dependências da
cooperativa da Monteccer, são produzidas mudas de árvores nativas para serem
comercializadas e plantadas nas fazendas e também na cidade. São mais de 100
espécies nativas e uma produção de até 60 mil mudas por ano, vendidas por R$ 5
a unidade, disponíveis para toda a comunidade. Cerca de 100% da receita do
projeto é doada à entidades sociais de Monte Carmelo que trabalham com crianças
e idosos.
Consórcio Cerrado das
Águas (CCA)
Criado em 2015, em Patrocínio (MG), por membros da cadeia produtiva do
café, o Consórcio Cerrado das Águas (CCA) tem como objetivo apoiar os
produtores da região sobre a importância de seus ativos ambientais, garantindo
sua preservação a longo prazo tendo um foco especial a manutenção da provisão
dos serviços ecossistêmicos. A Federação faz parte dessa construção desde o
início e compõe o quadro de membros associados.
Segundo o planejamento estratégico, o projeto-piloto foi implementado em
2019 na bacia do córrego Feio em Patrocínio e, em 2021, o PIPC (Programa de
Investimento no Produtor Consciente) expandiu para a bacia do Ribeirão Grande,
em Serra do Salitre, somando 77 propriedades rurais, a plataforma alcançou 477
hectares com estratégias de agricultura inteligente implementadas.
Na bacia do córrego Feio, do custo total de implementação de todas as
estratégias, 66% do montante foi pago pelos produtores demonstrando o
engajamento na adoção de estratégias que garantam a produção e o cuidado com os
recursos naturais, com foco em sua perenidade.
“Para 2023, as metas são aumentar para 3 mil os hectares com estratégias
climaticamente inteligentes e plantar 200 mil mudas em 184 propriedades dentro
da nossa atual área de atuação, que é Patrocínio, Serra do Salitre, Coromandel
e na expansão para Rio Paranaíba”, explica a secretária executiva do Consórcio
Cerrado das Águas, Fabiane Sebaio.
Segundo a produtora rural Vera Pazotto, de Serra do Salitre, as
estratégias trazem um novo significado para a cafeicultura, tornando-se mais um
aliado na conservação e preservação dos recursos necessários para a produção de
forma consciente. “O Consórcio fornece variedades de mudas de árvores com o
objetivo de crescerem, sombrearem e protegerem o solo. Sempre tive muita
preocupação, cuidado e respeito pelo meio ambiente. Sou muito grata pela
oportunidade de atuar na cafeicultura protegendo, recuperando e preservando os
recursos disponíveis", conta.
O CCA possui como membros associados as empresas Nescafé, Expocaccer,
Nespresso, Lavazza, Cooxupé, CofCo, Volcafé, Stockler, Federação dos
Cafeicultores do Cerrado, Daterra e CerVivo.
De acordo com o superintendente da
Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, estes programas
demonstram a consciência dos cafeicultores do Cerrado Mineiro com ações para a
sustentabilidade dos recursos naturais e, consequentemente, para a longevidade
do cultivo do café.
Ainda segundo Tarabal, outros projetos
como a implementação da certificação em Agricultura Regenerativa estão sendo
desenvolvidos na Região pela cooperativa Expocaccer, dente eles a iniciativa do
cafeicultor, Fernando Beloni, que teve a primeira propriedade certificada nesta
modalidade entre todas as fazendas no mundo. “Destacamos também a implementação
de uma estratégia ESG que vem sendo liderada também pela Expocaccer, que agora
está disseminando a metodologia junto as demais cooperativas do Sistema. Este
conjunto de ações associadas a outras práticas, como uma cafeicultura com maior
uso de biológicos, fazem parte do Plano estratégico da Região do Cerrado
Mineiro para esta década, com iniciativas que possam contribuir para a
sustentabilidade da cafeicultura em meio as mudanças climáticas, entre outros
desafios como a produção de água e o controle de pragas e doenças e manutenção
da fertilidade dos solos”, explica Tarabal.
Por Adriana Bernardes/Assessoria de Comunicação