Campo está mais feminino e mais velho, diz IBGE
A pesquisa fez uma fotografia do campo brasileiro no dia 30 de setembro de 2017
É
o que mostram os resultados definitivos do Censo Agropecuário 2017, divulgado na última sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
pesquisa fez uma fotografia do campo brasileiro no dia 30 de setembro de 2017,
com dados relativos ao período entre 1º de outubro de 2016 e a data
base. Para o gerente do censo, Antônio Florido, pode estar havendo uma
substituição no comando por diversas razões. “Não é que o campo esteja atraindo
mulheres. É uma substituição de comando por envelhecimento, ou falecimento,
aposentadorias, ou porque o marido teve que buscar outra atividade para manter
a família e as mulheres então aparecem assumindo essa função”.
A pergunta sobre raça e cor
entrou pela primeira vez no censo agropecuário em 2017. Os resultados mostram
semelhanças com a distribuição constatada nos censos demográficos brasileiros,
como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua)
2017. Foi verificado que 45,4% dos produtores eram brancos, 44,5% pardos, 8,4%
pretos, 1,1% amarelos e 0,6% indígenas.
A participação de mulheres na
direção dos estabelecimentos agropecuários aumentou entre 2006 e 2017, passando
de 12,7% para 18,7% do total de 5,056 milhões de produtores, com um total de
946 mil mulheres. Além disso, outras 817 mil participam da direção do
estabelecimento de forma compartilhada com o cônjuge.
Envelhecimento
Quanto à idade, o censo revela
que não há renovação geracional nos estabelecimentos agrícolas. Se o comando
das atividades por menores de 25 anos era de 3,3% em 2006, a proporção caiu
para 2% em 2017, enquanto a participação de maiores de 65 anos subiu de 17,5%
para 23,2%. Na faixa entre 25 e 35 anos, a taxa caiu de 13,6% para 9,3% e entre
55 e 65 anos passou de 20,4% para 23,5%. Isso se refletiu também no aumento de
92% no número de produtores que recebem aposentadoria. Para o gerente do
censo, é um motivo de preocupação. “Há um envelhecimento natural, o produtor
está envelhecendo, foram 11 anos desde o último censo. Só que não está havendo
uma reposição de produtores com idades menores. É preciso, e já há políticas
para fixar o jovem no campo, para dar condições dele se manter no campo com
qualidade de vida”.
Escolaridade
Com relação à escolaridade,
comprova-se a falta de acesso à educação formal no campo. Cerca de 15,5% dos
mais de 5 milhões de produtores nunca frequentaram a escola e 23,03% declararam
não saber ler e escrever. Do total, 73% cursaram apenas o ensino fundamental,
sendo que 66,5% destes não concluíram a fase. Verificou-se uma melhora na taxa
de analfabetismo, já que em 2006, 24,5% não sabia ler nem escrever. Do total de
produtores, 283 mil cursaram a graduação e 14,5 mil fizeram mestrado ou
doutorado.
Fonte e foto: Agência Brasil