Carmo do Paranaíba – Apesar dos boatos, Secretaria de Saúde não confirma caso de varíola dos macacos no município
Apesar dos
boatos nos últimos dias em Carmo do Paranaíba sobre um caso de varíola dos
macacos, a Secretaria de Saúde informou que notificou um caso suspeito, mas
ainda não confirmou o resultado.
De acordo com a Coordenadora
de Epidemiologia do município, Daiane Brandão, uma criança teria apresentado
lesões pelo corpo no dia 15 de julho e só no sábado passado teria procurado
atendimento médico. “Essas lesões já estão em processo de cicatrização e a
criança não se deslocou para nenhuma outra cidade nem teve contato com alguém
doente”, informou.
Ainda de
acordo com a coordenadora, a suspeita da doença foi considerada apenas porque
se enquadrava no protocolo seguido pela secretaria e o material foi colhido. “O
resultado deve sair no final da semana que vem embora seja pouco provável a
confirmação da doença já que a criança não apresentou nenhum outro sintoma”,
afirmou.
Minas Gerais está
investigando 291 casos suspeitos de varíola dos macacos – Monkeypox -, de
acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgados na tarde
de sexta-feira (5). Além disso, o número de confirmações passou de 75 para 81 e
o de prováveis permaneceu em dois. Todos os pacientes realizaram exames
laboratoriais na Fundação Ezequiel Dias (Funed).
A doença
A varíola dos macacos é
transmitida pelo vírus monkeypox,
que pertence ao gênero orthopoxvirus.
É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a
partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes
com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da
varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a
21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O nome monkeypox se origina da descoberta
inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro
caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo
em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais
suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
A
transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas
respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão
de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com
contato físico próximo com casos sintomáticos.
O contato próximo com pessoas
infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e
equipamentos de proteção individual devem ser usados ??ao cuidar dos doentes,
seja em uma unidade de saúde ou em casa.
Sintomas:
A OMS descreve quadros
diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a
ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que
apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em
um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for
acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos
inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário
fazer exame para confirmar ou descartar a doença.
Casos considerados
“prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato
físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais
contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Soma-se a isso, histórico de
viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis
infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste
sorológico de orthopoxvirus na
ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.
Casos
confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola
dos macacos por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo
real e/ou sequenciamento.
Vacinas – A vacinação contra
a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS
explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que
as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo
quando a doença foi erradicada em 1980.
A agência trabalha na
verificação dos estoques atuais de vacina da varíola para ver se precisam ser
atualizados.
A prevenção e o controle
dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de
saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.
Fontes:
Instituto Butantan
Organização das Nações Unidas (ONU) –
Escritório Brasil
ONU News