Carmo do Paranaíba – No Dia Mundial da Hemofilia, carmense conta como é conviver com a doença
Doença, que atinge cerca de 14 mil brasileiros, tem como um dos principais sintomas sangramentos nas articulações do corpo.
Neste
domingo (17/04), Dia Mundial da Hemofilia, uma campanha da Associação
Brasileira de Pessoas com Hemofilia busca conscientizar a sociedade e os
hemofílicos sobre a necessidade do tratamento adequado.
Fernando Ferreira é casado e pai de dois filhos.
Ainda sem cura, a doença é
genética e hereditária. Afeta a capacidade de coagulação, o que gera
sangramentos espontâneos, principalmente nas articulações.
O Brasil é o terceiro país no
mundo com maior número de casos de hemofilia. Cerca de 14 mil pacientes
convivem com a doença.
É o caso do carmense,
Fernando Ferreira da Silva de 39 anos. Ele é casado com Milene Luisa, pai do
Fernando Jr., do Samuel e da Ana Beatriz que em breve chegará. Atualmente
reside na cidade de Nova Ponte.
Caçula de
uma família de 11 irmãos, Fernando foi um dos quatro filhos que nasceram com
essa doença pouco conhecida. “Nasci com uma mancha roxa “hematoma” nas costas e
na hora os médicos já suspeitaram que seria Hemofilia”, disse.
Com o diagnóstico da doença,
Fernando teve uma infância não muito boa de acordo com ele. “Como na Hemofilia
os sangramentos são mais frequentes nas articulações, então tive vários e
devido não ter os medicamentos e o acesso aos tratamentos que temos hoje, as
sequelas foram inevitáveis”, disse.
Artrose nos dois tornozelos,
joelho direito e alguns membros com limitações como atrofia no dedo da mão e
braço direito são algumas marcas deixadas pela doença.
Na adolescência o carmense
tentou levar uma vida “normal”: andava de bicicleta, jogava futebol como
qualquer outra pessoa. “Mas nessa época tinha que ser escondido, pois minha mãe
não deixava por medo de eu me machucar. E sempre que machucava, tinha bronca da
mãe, depois dos irmãos e, por fim, dos médicos que não gostavam nada daqueles
hábitos”, informou.
Atualmente o carmense
consegue viver a vida normalmente. “Tenho minha dose domiciliar de Fator VIII,
para repor sempre que tenho algum sangramento. Faço acompanhamento no
Hemocentro de Uberlândia onde há uma equipe maravilhosa com hematologista, fisioterapeuta,
dentista e psicóloga”, contou.