Cidades do Triângulo e Alto Paranaíba têm cafés impróprios para consumo
Marcas de café de Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas foram avaliadas como impróprias para consumo, segundo um estudo feito pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor de Minas Gerais (Procon-MG). A investigação, que avaliou 241 amostras de café torrado e moído fabricado em MG entre 2014 e 2015, apontou que duas marcas de cada cidade têm elementos estranhos, impurezas, sedimentos, sujidades, larvas e parasitas.
De acordo com a apuração, 4,2% do café registraram alto índice de ocratoxina A, substância tóxica e cancerígena. O levantamento também apontou que 2,1% das amostras tinham milho. Em alguns casos, 6,04% do peso total do produto correspondiam a elementos estranhos ao café.
As marcas que apresentaram irregularidades estão sendo processadas administrativamente pelo Procon e o objetivo é retirar os lotes impróprios do mercado. Os processos tramitam nas Promotorias de Defesa do Consumidor.
Entramos em contato com as marcas de café das três cidades para saber quais foram as medidas tomadas após a notificação do Procon.
Uberlândia
Grão de Minas: A marca Grão de Minas disse que o responsável para falar sobre o assunto não estava disponível e que enviaria nota posteriormente.
Trevo de Minas: a reportagem não conseguiu contato.
Uberaba
Nossa reportagem ligou para o Café do Padre, que também produz o café Uber Uba, mas os telefones disponibilizados no site da marca não funcionam.
Patos de Minas
Criolo: a reportagem não conseguiu contato.
Fragata: O proprietário do Café Fragata, Roberto Carlos de Araújo, disse que, após a análise, trocou o maquinário e que atualmente o café produzido pela empresa está dentro das normas.
Estudo
O monitoramento do café produzido em Minas Gerais concluiu que, das 241 amostras analisadas, 30,7% são impróprias para o consumo.
A principal irregularidade encontrada foi a presença de impurezas – cascas, paus e outros elementos provenientes da cultura do café. Das amostras analisadas, 27,8% foram consideradas impróprias para o consumo na avaliação desse item.
O cenário se mostrou agravado nos resultados das análises da Ocratoxina A. Segundo o monitoramento, das 212 amostras avaliadas nesse quesito, 4,2% foram classificadas como impróprias para o consumo por conterem elevado índice da substância.
Além da Ocratoxina A e das impurezas, foram encontrados elementos estranhos à cultura do café – como o milho – em 2,1% das amostras avaliadas. De acordo com o levantamento, em alguns casos, os elementos estranhos atingiram 6,04% do peso total do produto. A adição de milho no café, em qualquer quantidade, é considerada adulteração.
Fonte:G1/Foto: Divulgação
Fonte: Vanderlei Gontijo