Com a aproximação do período de clima seco começa também a preocupação com as queimadas
Com a aproximação do período de clima seco, começa também os perigos de queimadas em vegetações e arbustos. Os capins e as folhagens são de fácil propagação para o fogo. Neste Domingo (20/04) um desse tipo de fato aconteceu na cidade de Lagoa Formosa. Um incêndio criminoso deixou os moradores do Bairro Nossa Senhora do Rosário assustados, quando a vegetação de um terreno de aproximadamente 10 hectares pegou fogo. As chamas rapidamente tomaram conta de uma grande área do terreno, e houve preocupação com as casas de moradores que ficam próximas ao local do incidente. Não houve feridos e após queimar a vegetação o fogo se apagou naturalmente. A queimada provavelmente foi provocada.
Só neste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 46 mil focos de queimadas. O número representa um aumento de aproximadamente 150% em relação aos focos detectados no ano passado. Apesar de este ano apresentar temperaturas mais altas, umidade relativa do ar mais baixa e menos chuvas do que 2009, não se deve creditar o aumento de incêndio exclusivamente às causas climáticas, é o que diz Karla Longo, pesquisadora do Inpe.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INEP) “O fato de termos uma estação seca e outra úmida, é natural, mas uma estação de queimadas é opção do país. As pessoas assumem essa sazonalidade como normal, o que não é verdade”, explica uma representante do órgão. Segundo ela, 99% das queimadas são provocadas pelo homem. As condições atmosféricas favorecem os incêndios, mas as principais causas são econômicas e culturais.
Segundo ela, o modelo de produção agrícola e pecuária extensiva, que é muito adotado no Brasil, contribui para esse tipo de agressão à natureza. Além disso, alguns hábitos da população também contribuem para as queimadas. “É comum pessoas que colocam fogo na sujeira depois de varrer o quintal ou que jogam “bituca” de cigarro nas estradas”.
A pesquisadora explica que com a propagação de incêndios, a concentração de monóxido de carbono (CO) na atmosfera aumenta, trazendo prejuízos econômicos e ambientais. “Há redução da produtividade agrícola e alteração do ciclo da água, conclui”. Em agosto, por exemplo, a Região Norte do País, é responsável pela maioria das queimadas (65%) e chegou a registrar a emissão de 23 milhões de toneladas de monóxido de carbono. A concentração mais alta é a do estado do Pará, seguido de Mato Grosso e Rondônia.
Fonte: Vanderlei Gontijo