Com chuvas mais escassas no interior do país, outono começa hoje (20)
A estação também é caracterizado por entradas de massas de ar frio vindas do sul do continente
O outono de
2023 tem início às 18h25 (horário de Brasília) desta segunda-feira (20). A
estação é marcada por temperaturas mais amenas e, neste período, as chuvas são
mais escassas no interior do Brasil, especialmente, no semiárido nordestino.
“É uma estação considerada de
transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente
no Brasil Central”, explicou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em
comunicado.
Acrescentou que, já na parte
norte das regiões Nordeste e Norte, o outono ainda é época de muita chuva,
principalmente se houver a persistência da Zona de Convergência Intertropical
mais ao sul de sua posição climatológica para o período. Essa zona é a área
onde convergem os ventos alísios, que sopram dos trópicos para a região da
Linha do Equador e que, por serem muitos úmidos, provocam chuvas nesses
arredores.
No outro extremo, o outono
também é caracterizado por entradas de massas de ar frio vindas do sul do
continente, que provocam a queda das temperaturas do ar, principalmente, na
Região Sul e em parte da Região Sudeste.
“Vale destacar ainda que,
durante a estação, é possível observar as primeiras formações de fenômenos
adversos, como nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas
regiões Sul e Sudeste e no Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos
planaltos da Região Sul, e friagem no sul da Região Norte e nos estados de Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso e até no sul de Goiás”, explicou o Inmet.
O início e o fim das estações
estão associados aos fenômenos astronômicos chamados solstícios (verão e
inverno) e equinócios (primavera e outono), que são definidos pela posição da
Terra em sua órbita em torno do Sol, bem como pela inclinação do eixo de
rotação em relação à órbita.
No dia 20 de março ocorre o
equinócio de outono no hemisfério sul, época em que a duração do dia é
aproximadamente igual à duração da noite, o mesmo que acontece no equinócio da
primavera.
Com o passar do tempo, os
dias vão ficando menores e as noites maiores até o solstício de inverno que
será no dia 21 de junho, às 11h58 (hora legal de Brasília), quando, então, se
encerra o outono e começa o inverno. Já no solstício de verão o, dia tem o seu
maior pico de duração em todo o ano.
La Ninã
Segundo o Inmet, o fenômeno
La Niña vem perdendo intensidade e as previsões indicam uma transição para a
normalidade e posterior formação do El Niño entre o final do outono e início do
inverno. O La Ninã tem contribuído para a ocorrência de chuvas mais frequentes
nas regiões Norte e Nordeste, bem como a escassez de chuvas na Região Sul do
Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, durante esse verão que se encerra.
Ele é um fenômeno climático
causado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, que banham
o Oeste da América do Sul, no Chile, Peru, Equador e Colômbia. Esse
resfriamento altera a circulação atmosférica tropical e impacta nas
temperaturas e na quantidade de chuvas em todo o mundo. Já o El Niño é a fase
quente do fenômeno.
Previsão
por região
A previsão para o outono na
Região Norte indica que as chuvas deverão permanecer acima da média
climatológica, com volumes que podem ultrapassar 800 milímetros, principalmente
em áreas do nordeste do Pará e noroeste do Amazonas devido à persistência de
dias chuvosos.
Já no sul do Pará, as
probabilidades indicam chuvas ligeiramente abaixo da média. A previsão do Inmet
também indica o predomínio de temperaturas próximas e ligeiramente acima da
média em grande parte da Região Norte, com valores que podem ultrapassar os
26ºC.
No Nordeste, a previsão para
o próximo trimestre indica chuvas acima da média em grande parte da região,
sendo que, entre os meses de abril e maio, as chuvas deverão persistir em áreas
mais ao norte devido à permanência da Zona de Convergência Intertropical.
Além disso, as águas mais
quentes próximas à costa nordestina aumentam as chances de chuvas até o final
do outono. No leste da região, normalmente as chuvas superam os 400 milímetros
no trimestre com o início do período chuvoso. As temperaturas permanecerão
próximas à média, desde a costa do Maranhão até Alagoas, entretanto, no
interior do nordeste, a previsão é de temperaturas mais elevadas.
Na Região Centro-Oeste, as
chuvas deverão ficar próximas ou acima da média climatológica em Mato Grosso e
extremo norte de Mato Grosso do Sul. Nas demais áreas, deverão variar entre
próximas ou abaixo da média. O Inmet ressalta que, a partir do mês de maio,
começa o período seco na parte central do país e as temperaturas deverão ser
acima da média em toda região, principalmente no norte de Goiás, onde as
temperaturas podem ser superiores a 24ºC.
No Sudeste, a previsão indica
volumes de chuva abaixo da média nesse outono. Assim como na Região
Centro-Oeste, normalmente existe uma redução das chuvas sobre esta região à medida
que se aproxima do inverno, dando início ao período seco. A temperatura média
do ar deverá prevalecer próxima e ligeiramente acima da climatologia do
período, porém, não se descarta a possibilidade da entrada de massas de ar frio
que poderão diminuir as temperaturas em alguns dias nas localidades de maior
altitude, a partir do mês de maio.
Frentes frias
Já no Sul do país, o
prognóstico indica chuvas abaixo da média em grande parte do Paraná e Santa
Catarina, exceto no leste destes estados, onde as chuvas podem ser próximas da
média, por causa da passagem de frentes frias.
Meteorologistas destacam a
previsão do retorno das chuvas mais frequentes sobre o Rio Grande do Sul,
devido ao enfraquecimento do fenômeno La Niña, “que assolou por três anos
consecutivos o estado, causando escassez de chuvas”.
A temperatura do ar na Região
Sul deverá prevalecer acima da climatologia do período, porém, não está
descartada a possibilidade de geadas, principalmente em áreas serranas, à
medida que se aproxima do inverno. Na costa da região, as chuvas poderão
amenizar as temperaturas.
Agência Brasil