Conheça técnicas usadas por empresas para enganar clientes em compras online
Práticas chamadas de “deceptive patterns” ou “padrões enganosos” utilizam, em sua maioria, recursos de design para manipular consumidores
Com a internet sendo cada vez mais usada para vendas, não é muito
difícil se deparar com situações em que empresas utilizam de técnicas enganosas
para fisgar os consumidores. O nome utilizado para tal prática é “deceptive
patterns”, que significa “padrões enganosos”. Na prática, o recurso utiliza, em
sua maioria, técnicas de design para manipular alguém a realizar uma ação
contra sua vontade.
As técnicas estão cada vez mais avançadas. E, é bem provável que
você já tenha sido vítima de uma delas em algum momento de sua vida. Confira 6
tipos principais de estratégias – listadas pelo Idec – que estão espalhadas por
aí:
1. Política de Privacidade
Por meio de uma redação enganosa ou um aviso visual fraudulento, o
consumidor é forçado a consentir com a política do serviço utilizado. O
principal exemplo disso ocorreu quando o WhatsApp avisou que o aplicativo não
estaria mais disponível para quem não aceitasse a sua nova política.
2. Escassez sintética
Essa forma é bem comum em sites de cursos e de infoprodutos (ebooks,
apostilas, etc). A plataforma coloca um medidor de horas e dias em que
determinada promoção vai estar no ar e informa que há poucas vagas disponíveis.
Só que esse medidor, em boa parte das vezes, é mentiroso. Quando ele zera,
volta a contar do início de novo.
3. Clique sem querer
Esse método é muito comum nos stories do Instagram. Você está lá
passando os stories para o lado e, de repente, aparece uma propaganda que é
clicável exatamente no lugar em que você encosta o dedo para passar para outro
story. É uma tática que tem muito a ver com padrões de design. Os profissionais
pesquisam onde é mais comum a pessoa encostar o dedo no celular e aí criam
esses links que são clicados sem querer pelo consumidor.
4. Valores ocultos
Esse formato é muito comum em sites de lojas online. Você põe uma
série de produtos no seu carrinho de compras, segue todas as etapas até o
pagamento e quando chega no final, vê que há outros valores lá dentro que não
foram informados em lugar algum. Normalmente são taxas, seguros ou outros tipos
de cobrança que você não sabia que seriam taxados.
5. Assinatura não cancelável
É uma estratégia cada vez mais comum em aplicativos. Eles te
fornecem uma opção gratuita de algum benefício ou produto, só que, para isso,
você precisa cadastrar o seu cartão de crédito. Aí, eles dificultam o seu
cancelamento da assinatura gratuita e você acaba tendo que pagar por um serviço
que sequer contratou.
6. Confirmação por vergonha
(ou confirmshaming)
Essa é uma técnica de manipulação na qual os usuários são
induzidos a se inscrever e comprar produtos que parecem ser necessários ou
desejáveis. Isso ocorre, por exemplo, quando decidimos comprar um celular novo
e a garantia de furto e roubo não é incluída na compra. Então, surge uma
notificação para acrescentar o preço do tal seguro junto com uma mensagem que
gera medo ao consumidor de ter algum problema com o celular.
O Idec alerta que todas essas práticas são consideradas como crime
perante ao Código de Defesa do Consumidor e à Lei Geral de Proteção de Dados.
Por isso, caso você tenha sofrido algum dano referente ao uso dessas
estratégias manipuladoras, você pode e deve ir atrás dos seus direitos.
No próprio site do Idec, há um espaço destinado à orientação ao consumidor sobre
como proceder em diversos casos. Também é possível recorrer ao Procon –
órgão público de defesa do consumidor – mais perto de você.
Fonte:
O Tempo