Conselheiro Estadual de Saúde afirma que Governo Mineiro iniciou transferência do Hospital Regional para as OS
o Hospital Regional Antônio Dias Maciel (HRAD) será uma das primeiras unidades a ser gerenciada pelas OS’s
Na
última sexta-feira, dia 25 de outubro, o Governo do Estado de Minas Gerais
publicou decreto autorizando a transferência de servidores para as Organizações
Sociais (OS). A informação não repercutiu bem entre os membros do Conselho
Estadual de Saúde (CES). Para eles, esse é o primeiro passo para o processo de
terceirização e venda dos hospitais públicos do Estado. De acordo com o
Conselheiro Pedro Israel da Cunha, o Hospital Regional Antônio Dias Maciel
(HRAD) será uma das primeiras unidades a ser gerenciada pelas OS’s.
O decreto assinado pelo
Governador Romeu Zema (NOVO), no entanto, não lista quais órgãos da
Administração adotarão o novo modelo. Apesar disso, o Conselheiro Estadual de
Saúde garante que as quatro primeiras unidades a contar com o novo modelo são:
Hospital João Penido, em Juiz de Fora; Hospital Odete Valadares e Júlia
Kubitschek, em Belo Horizonte e o HRAD, de Patos de Minas. Caso a decisão se
confirme, o Governo de Minas contrataria deliberação do Conselho de Saúde, que
rejeitou as Organizações Sociais.
“Nós entendemos que é o início
da terceirização, que vai resultar na precarização do serviço. Nós teremos que
pagar gestores para administrar os órgãos públicos”, criticou Pedro Cunha. Os
membros do Conselho Estadual de Saúde temem que o novo modelo possa abrir
brecha para esquemas de corrupção com o dinheiro da saúde. “Nós não sabemos
quem está por trás dessas Organizações Sociais. Pode ser que os grandes grupos
de Hospitais privados estejam interessados em desestruturar os hospitais para
interesses próprios”, disse Pedro, em entrevista a Rádio Clube 98.
Além disso, os conselheiros
alegam que as deliberações do órgão foram desrespeitadas. Pedro Cunha explicou
que as decisões do CES têm força para barrar medidas como essa. Eles apelaram
para a legislação Estadual. “O Conselho foi desrespeitado pelo Governo do
Estado, no seu caráter deliberativo, conforme a lei 8080 e a lei 8142. Os servidores
do Estado também não forma ouvidos”, disse.
Apesar das queixas, o decreto
do Governador não trata especificamente da saúde, mas sim de todos os órgãos da
Administração Direta e Indireta do Estado. No entanto, a publicação deixou,
entre os servidores da saúde, a certeza de que o regime atual dos hospitais
será alterado.
Por: redação Clube Notícia