COVID-19: vacinação do grupo prioritário deve ser concluída até setembro, estima o Ministério da Saúde
Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a pasta vai realizar um pregão internacional para normalizar estoques de kit intubação
O ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, afirmou que a vacinação do grupo prioritário, previsto no Plano
Nacional de Imunização contra Covid-19, deve ser concluída até setembro de
2021. Durante entrevista coletiva transmitida pelas redes sociais do Ministério
da Saúde, o ministro disse que o governo está em negociação com a Pfizer para
compra de 100 milhões de doses.
“O processo de vacinação no
Brasil tem ocorrido cada vez mais célere e, se continuar nesse ritmo, até
setembro vamos atingir a imunização da população prevista no Programa Nacional
Imunização. Nosso objetivo é que isso ocorra antes. Estamos em tratativas
avançadas para firmar um novo contrato com a Pfizer de mais 100 milhões de
doses, com vistas ao ano de 2022.”
Kit intubação
O titular do Ministério da Saúde
afirmou que a pasta vai realizar um pregão nacional e internacional, sem
fixação de preços, para tentar normalizar os estoques de medicamentos do kit
intubação, usados em pacientes das unidades de terapia intensiva (UTI’s). O
objetivo é conseguir os insumos mais rapidamente.
O doutor Álvaro Furtado da
Costa, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP), explica que o kit intubação é um conjunto de
medicações usadas no momento de intubar o paciente e para mantê-lo sedado.
“São medicações sedativas e
bloqueadores neuromusculares. Não ter essas medicações disponíveis é um
prejuízo enorme na assistência. Precisamos tentar, nessa dificuldade,
substituir por segundas opções de remédios. Obviamente a segunda opção tem um
momento desabastecimento, não podemos esperar. Tem que haver negociação de
importação dessas medicações”, comenta.
Segundo o ministro Marcelo
Queiroga, o MS tem atuado juntamente com o Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems) e a Indústria Nacional para aumentar a produção desses insumos. Além
disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou a oferta
desses medicamentos através da redução da quarentena biológica, da autorização
de novas marcas comerciais e da flexibilização da importação direta dos
insumos.
Não sendo o suficiente para
garantir um abastecimento do mercado interno, o ministro destacou outras ações.
“Nós adotamos algumas ações
junto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para aquisição desses
insumos. Ocorre que esse tipo de ação não é rápida. Isso demora, no mínimo,
cerca de 40 dias para chegar, o que em tese é insuficiente para atender a
demanda momentânea.”
A secretária municipal de
Saúde de Cuiabá (MT), Ozenira Félix, destaca a importância de agilizar o
processo de aquisição desses medicamentos.
“A medida é importantíssima.
Em Cuiabá temos conseguido suprir [a falta de insumos] com muita dificuldade.
Ninguém faz entregas de grandes volumes e isso cria uma insegurança para o
sistema. Precisamos de medicamentos em grande quantidade nesse momento”, avalia.
O ministro da Saúde destacou
as doações de kit intubação feita por empresas e por outros países, como a
Espanha, para abastecer os hospitais brasileiros.
“A Espanha vai doar 80 mil
itens desse kit de intubação, com previsão de chegada na próxima semana. A Vale
do Rio Doce já nos doou dois milhões desses itens, os quais foram distribuídos
– pactuado no Conass e o Conasems – para estados e municípios. E ainda há 1,1
milhão [para receber], sendo que 900 mil chegam na próxima semana e 200 mil na
primeira semana de maio.” Segundo o ministro, a pasta também espera uma
execução contratual com a Industrial Nacional de 400 mil itens do kit intubação
até o final do mês.
Fonte: Brasil 61