Detento assassinado dentro de cela no Complexo Penitenciário de Carmo do Paranaíba pediu ajuda ao Ministério Público
Na carta, endereçada ao MP, ele relatava ameaças e pedia a transferência dele e do namorado para manter a integridade física de ambos.
Antes de
ser assassinado dentro da cela em que cumpria pena no Complexo Penitenciário de
Carmo do Paranaíba, o detendo Reinaldo Eurípedes de Oliveira Júnior, havia
enviado uma carta para o Ministério Público relatando que estava sendo vítima
de homofobia e recebendo ameaças de morto junto com o namorado, que também
cumpre pena no local. Na carta, ele solicitava que o casal de homossexuais fosse
transferido para manter a integridade física de ambos. Com isso, desde o mês de
outubro, o MP de Minas Gerais já havia pedido a transferência dos presos. Nossa
reportagem teve acesso ao documento (veja abaixo).
O CRIME
Um
detento foi morto por colegas de cela na noite desta quinta-feira (30/11) na
penitenciária de Carmo do Paranaíba. O homicídio ocorreu durante uma briga
envolvendo os presos. A equipe médica do local ainda tentou reanimar a vítima,
mas o homem de 37 anos já se encontrava sem os sinais vitais.
De acordo com informações da
Secretaria de Segurança Pública (SEJUSP), policiais penais do Complexo
Penitenciário Nossa Senhora do Carmo, foram acionados para apartarem uma briga
entre presos dentro de uma das celas. Eles se depararam com um custodiado já
desacordado e, após tentativas de reanimação, a equipe de saúde da unidade
infelizmente constatou o óbito do detento.
Consta no boletim de
ocorrência, que a briga ocorreu na cela 5 do pavilhão C, sendo que a vítima
Reinaldo Eurípedes de Oliveira Júnior, 37 anos, natural da cidade de Araguari,
foi espancada e asfixiada até a morte por outro detento, de 26 anos, da cidade de
Itajubá/MG.
Quando os policiais penais
chegaram à cela, um dos presos estava próximo à grade e assumiu a autoria do
crime.
Também, como parte de
procedimento-padrão, a ocorrência foi registrada e todas as medidas
administrativas estão sendo tomadas pela unidade. Os presos ocupantes da cela
serão ouvidos pela Polícia Civil, que investigará o caso. O suspeito de cometer
o crime foi isolado dos demais detentos.
MINISTÉRIO
PÚBLICO
O MP de Minas Gerais em Carmo
do Paranaíba, por meio da 1ª Promotoria de Justiça, já havia enviado oficio ao
diretor do Complexo Penitenciário Nossa Senhora do Carmo. No documento, assinado
pela promotora Bruna Bodoni Faccioli, ela pedia providências para garantir a
segurança dos detentos que estavam sendo ameaçados.