Direção do Hospital São Lucas afirma que mudança do local de hemodiálises pode afetar demais atendimentos via SUS
O administrador do hospital disse que não houve uma "ameaça" ao prefeito, mas que possibilidade é real
Uma decisão da Justiça Federal, proferida em caráter liminar
pelo juiz Dr. Wagnar Roberto Silva, da 2ª Vara Cível e Criminal da SSJ de Patos
de Minas, determinou que a prefeitura tem até o final da segunda quinzena de
maio para transferir o atendimento dos pacientes que necessitam de hemodiálise.
Em caso de descumprimento foi fixada uma multa diária de R$ 20 mil para o
município.
Atualmente o atendimento é prestado pelo Hospital São Lucas. A decisão
liminar determina que a Clínica do Rim passe a realizar o procedimento pelo SUS
(Sistema Único de Saúde).
Nesta quinta-feira (22/04) circulou a informação de que a direção do São
Lucas teria dado um ultimato ao prefeito, Luís Eduardo Falcão (PODEMOS), de que
caso ocorra a transferência da hemodiálise interromperá todos os atendimentos
via SUS.
O administrador geral do São Lucas, Willian Magalhães, informou que não
houve esse tipo de “ameaça” por vias oficiais, contudo não descartou que
houvesse algum tipo de sinalização por parte do proprietário, Sérgio Piau.
Willian Magalhães explicou que atualmente o serviço de hemodiálise
corresponde a cerca de 55% do faturamento do hospital, que atende quase
totalmente via SUS. A outra parcela, cerca de 42% da receita, advém de repasses
do governo para manutenção da maternidade, UTIs neonatais e UTIs adulto. Parte
do faturamento obtido com o atendimento aos renais é direcionado para manter o
funcionamento dos demais setores. Para o gestor do hospital em um eventual
cancelamento do convênio da hemodiálise haverá uma grande dificuldade
financeira que pode significar a redução ou até a interrupção dos demais
atendimentos públicos.
Diariamente cerca de 100 pessoas fazem hemodiálise no Hospital São Lucas.
São pacientes de diversas cidades da região noroeste. Além disso, são
disponibilizados 30 leitos de UTI adulto e 20 neonatais. Nesta quinta-feira
(22), por exemplo, haviam cerca de 23 pacientes adultos internados na terapia
intensiva.
A administração do Hospital São Lucas também argumenta que a Clínica do
Rim não dispõe de leitos de UTI para socorrer pacientes que sofram agravamentos
em decorrência da hemodiálise. A clínica, por outro lado, informa que há um
leito de para estabilização rápida e que recorrerá à transferência, via
ambulância, para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou para o HRAD (Hospital
Regional Antônio Dias).
No dia 14 de abril, o São Lucas encaminhou um ofício ao prefeito Falcão,
onde argumenta motivos pelos quais a hemodiálise deve continuar sendo feita na
unidade. Nossa reportagem teve acesso a íntegra do documento (clique aqui para
visualizar).
Redação: Patos notícias