Droga ‘’Zumbi’’ pode ter causado a morte de 13 detentos em presídios em Belo Horizonte
As causas das mortes, supostamente por overdose de substância entorpecente denominada K, ainda estão sob investigações pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) e pela Polícia Civil
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança
Pública (Sejusp) investiga a morte de ao menos 13 detentos em dois presídios da
Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a secretaria, sete detentos do
Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, morreram nos
últimos dez dias. Em nenhuma das ocorrências os presos apresentavam lesões
aparentes.
“As causas das mortes estão em apuração
administrativa pela unidade prisional e, também, em apuração pela Polícia
Civil. Todos os procedimentos necessários nos casos de óbitos foram realizados
pela unidade prisional, que aguarda laudos da perícia.”
Já no Presídio Antônio Dutra Ladeira, também em
Ribeirão das Neves, seis detentos morreram entre dezembro de 2023 e março de
2024. As causas das mortes, supostamente por overdose de substância
entorpecente denominada K, ainda estão sob investigações pelo Departamento
Penitenciário de Minas Gerais (Depen) e pela Polícia Civil.
Em nota, a Sejusp informou que revistas são feitas
de forma rotineira em visitantes e nas celas, com o objetivo de coibir a
entrada e permanência de materiais ilícitos na unidade prisional.
“Especificamente, o Depen está em tratativas
para uma grande campanha interna sobre os malefícios do consumo de álcool e
drogas, em parceria com a Subsecretaria de Políticas sobre Drogas, da Sejusp”.
Para o advogado criminalista Greg Andrade, que é
egresso do sistema prisional e está em contato com os familiares dos presos
mortos, faltou transparência da Sejusp em falar sobre o caso e apoiar as
famílias dos detentos.
“São mortes muito suspeitas. Tudo indica que
seja por overdose. Ainda não saiu o laudo da necropsia, mas a família especula
que seja por overdose porque a secretaria não fala nada. Tem notícias de
familiares que ficaram sabendo que o ente querido morreu apenas na hora da
visita. Ninguém entrou em contato para falar que o detento morreu”.
Ele ainda classificou como absurda a morte de
detentos por uma possível overdose. “É um absurdo tantos detentos morrerem
em um curto espaço de tempo, mais absurdo ainda se for relativo à questão de
drogas K. Preso morrer por overdose é um absurdo.”
Fonte: Estado de Minas