Em delação premiada operador financeiro diz que vice-governador Antônio Andrade recebeu propina de 4,5 milhões

Notícias | Política

14 Outubro, 2017

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Em delação premiada operador financeiro diz que vice-governador Antônio Andrade recebeu propina de 4,5 milhões


Em depoimentos de delação premiada, o operador financeiro Lúcio Funaro afirmou que o ex-ministro da Agricultura e atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (PMDB), recebeu propina em pelo menos duas ocasiões para favorecer o frigorífico JBS quando estava no comando do ministério.

Segundo Funaro, apontado como o operador de propinas do PMDB, a propina foi paga após o então ministro baixar duas portarias que eram de interesse de Joesley Batista, um dos donos da JBS. No total, de acordo com ele, o atual vice-governador recebeu R$ 4,5 milhões em propina para isso.

Até a última atualização desta reportagem, o G1 e a TV Globo não haviam obtido resposta de Antônio Andrade.

As declarações de Funaro estão em um dos vídeos dos depoimentos da delação premiada do doleiro, que se tornaram públicos nesta semana depois de aparecerem no site oficial da Câmara dos Deputados.

Andrade foi nomeado em 2013 para o cargo de ministro da Agricultura, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

À época, o peemedebista era deputado federal e, segundo Funaro, foi escolhido para o comando da pasta porque o cargo era da bancada do PMDB na Câmara.

"A pessoa que era ministro da Agricultura [Mendes Ribeiro Filho] estava com câncer, aí pediu para se ausentar do ministério. Era um deputado, ou seja, a vaga era da Câmara. [...] Eu cheguei pro Joesley e perguntei: 'Você tem interesse no Ministério da Agricultura?". Ele falou que tinha. Eu avisei: 'Eu só vou pegar o ministério se você tiver interesse'. Ele falou: 'Tenho'", narrou o doleiro no depoimento.

De acordo com o doleiro, os responsáveis pela escolha de Andrade para o cargo foram, além dele, os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ambos presos em decorrência da Operação Lava Jato.

"Como a vaga era da Câmara, a gente exigiu o cargo para a Câmara. PMDB da Câmara. E foi nomeado o deputado Antônio Andrade, que era da bancada de Minas Gerais. E quem fez toda essa interface de fazer o Antônio Andrade virar ministro foi o Eduardo Cunha, que aí levou o nome dele pro Henrique Alves, e aí o Henrique Alves levou o nome para Casa Civil, e aí o trâmite normal foi aprovado", explicou

 

Fonte: Vanderlei Gontijo

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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