Em sete meses, Minas Gerais tem o maior número de incêndios em 11 anos
As temperaturas médias e baixa umidade relativa do ar são fatores que contribuem para a propagação de focos e grandes incêndios
O número de incêndios registrados nos sete primeiros
meses de 2021eno Estado de Minas Gerais
é o maior para o período em 11 anos, com 8.073 incêndios em todo o Estado,
segundo informou hoje (22), o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG).
A média anua histórica de incêndios correspondente
aos anos de 2015 a 2021, é de 13.486. O quadro de evolução de atendimentos
efetuados pelo CBMMG mostra os seguintes números, em um período de 12 meses :
9.809 (2015), 12.182 (2016); 14.127 (2017); 10.810 (2018), 18.657 (2019) e
20.741 (2020), sendo que, em 2021, em apenas sete meses de janeiro a julho, os
números são superiores a mais de 70% do total anual da média anual.
Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do CBMMG,
os números se devem a uma "conjunção
de fatores ambientais, com destaque para as temperaturas médias e a baixa
umidade do ar, provocando vegetação muito seca com a propagação rápida de focos
de incêndio e grandes incêndios florestais".
Minas Gerais tem um relevo muito específico,
caracterizado por muitas montanhas e serras, com a formação de corredores de
ventos que contribuem para a rápida propagação do fogo. Especificamente este
ano, o Estado teve um um período de chuvas menos intenso, contribuindo para uma
vegetação mais seca, mas o principal fator contributivo, segundo o CBMMG, "é sempre a ação humana, com mais de
99% dos incêndios provocados pela negligência, utilização do fogo para para
eliminação de lixo e limpeza de lotes". Os bombeiros estimulam a população
a denunciar estas práticas.
Próximos
meses
De acordo com o tenente Pedro Aihara, a expectativa
para os próximos meses é de um aumento muito expressivo no número de incêndios
florestais em Minas Gerais, porque historicamente os meses mais complicados são
de julho a setembro. A segunda quinzena de julho já é considerada período
crítico, permanecendo o período mais delicado até meados de setembro.
Por isso, segundo o porta-voz, desde o começo deste
ano foram feitas várias ações preventivas específicas, com destaque para o
lançamento da Operação Alerta Verde, iniciada em março deste ano, que resultou
numa redução de 27% dos incêndios em vegetação, em lotes vagos, em comparação
com os anos anteriores.
Outra ação foi a elaboração de um Plano de Enfrentamento
ao Período de Estiagem, com vigência entre abril e setembro 2021, com ações
voltadas para os governos locais, o setor privado e a população e identificação
dos principais elementos desfavoráveis que irão compor o período de estiagem
neste ano, a partir de estudos sobre as características territoriais do estado
e levantamento pluviométrico recente.
Fonte: Agência Brasil/ Foto: arquivo Patos 1