Empresa de Tomates é acusada de fazer exploração desordenada de águas no município de Lagoa Formosa
Em meio ao racionamento de água tratada na cidade de Lagoa Formosa, juntamente com a seca que atinge o município e a região do Alto Paranaíba, uma situação tem deixado a população e os ambientalistas muito preocupados. Uma empresa que trabalha com a exploração do agronegócio, com ênfase para a plantação de tomates estaria desobedecendo às normas estabelecidas por lei, quando o assunto se trata de captação de água para irrigar lavouras. O empresário (ECR) que é proprietário de plantações de tomates já possui inúmeras notificações e autuações por irregularidades em suas lavouras. Pequenos produtores já acusaram o mesmo de secar nascentes e perfurar poços artesianos sem outorgas. Na fazenda Baú, no município de Lagoa Formosa, motores gigantes trabalham diariamente captando água de um brejo para irrigar uma plantação de tomates do produtor, deixando os moradores da localidade preocupados que a fonte também possa “secar”.
De acordo com informações de alguns moradores da região do Baú, que acionaram a reportagem do Patos 1 Notícias, para denunciar o fato que está acontecendo em uma fazenda “arrendada” para a empresa ECR, motores trabalham no local diariamente captando água de um brejo. Outras pequenas “bombas” ajudam a levar a água de outros locais do mesmo brejo para um poço maior e de lá um encanamento tubular de ferros em formato de manilhas, levam a água morro acima por aproximadamente 01 (um) quilômetro até chegar a plantação de tomates que está sendo irrigada pelas águas captadas no local. Durante o percurso em alguns locais ainda existe o desperdício de águas sendo que é possível notar que a tubulação apresenta vazamentos. Em outros locais como, por exemplo, na fazenda Retiro, os moradores acionaram no ano de 2013 o ministério público, relatando ao promotor de justiça que uma nascente e um pequeno córrego teriam “secados” devido à exploração desordenada feita pela empresa ECR.
Segundo o Tenente Fernandes da Polícia Militar Ambiental de Patos de Minas, por inúmeras vezes a PM fez vistorias em fazendas de propriedade do empresário, ou mesmo em propriedades arrendadas pelo produtor, sendo que na maioria das vezes foram encontradas situações irregulares. De acordo com o tenente nós últimos 30 dias, foram feitas 03 (três) autuações para o empresário, ambas no valor de aproximadamente 30 mil reais cada uma. Fernandes conta que a empresa ECR, é reincidente e contumaz na pratica de crime ambiental. Ele disse que o caso foi encaminhado para um órgão competente na capital Belo Horizonte para que providências possam ser tomadas. A captação de águas desordenada pela empresa no município de Lagoa Formosa pode estar afetando na diminuição do lençol freático, que pode sofrer danos irreparáveis. A empresa ECR teria atualmente em seu quadro de empregados aproximadamente 300 funcionários.
Fonte: Vanderlei Gontijo