Estudo da Fiocruz associa rápida disseminação de variantes do COVID a relatos de reinfecção
As novas mutações proporcionaram ao vírus a capacidade de escapar da resposta imune do organismo
Um estudo realizado pela Fiocruz Pernambuco associou a rápida dispersão de algumas variantes do COVID a relatos de reinfecção. Os pesquisadores buscaram verificar quais seriam os reais mecanismos por trás das reinfecções. A hipótese inicial era que as novas variantes se ligavam às células do hospedeiro humano.
Porém, segundo o coordenador do estudo e pesquisador da Fiocruz Pernambuco,
Roberto Lins, os anticorpos gerados na primeira onda da pandemia não
conseguiram neutralizar eficientemente as variantes de preocupação monitoradas.
“O que a gente verificou é que de fato esses anticorpos não eram capazes de se
ligar às variantes de preocupação, como o caso de P.1, predominante atualmente
no País”, disse.
Ainda não
há um consenso sobre a duração e a eficácia dos anticorpos produzidos pelo
organismo contra o vírus. Mas as novas mutações, na realidade, proporcionaram
ao vírus a capacidade de escapar da resposta imune do organismo.
Outro estudo conduzido pela Fiocruz mostrou, ainda, que a segunda infecção por COVID-19
pode provocar sintomas mais fortes do que a primeira. Essas reinfecções podem
ser ainda mais comuns em pessoas com mais de 65 anos, conforme apontou estudo
do Instituto Statens Serum, da Dinamarca.
Segundo o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival
Ribeiro, uma preocupação mundial é que essas variantes possam escapar ao efeito
da vacina. “A vacina, apesar de responder a essas variantes, têm sua
efetividade diminuída e a grande preocupação do mundo é que com tantas
variantes surgindo possa ocorrer um aumento, e que elas sejam resistentes a
essas vacinas, tornando necessário que a gente tenha que fazer nova vacina”,
afirmou.
De acordo
com a Fiocruz, a Fundação está coordenando ou participando, atualmente, de três
ensaios clínicos no Brasil para vacinas contra a COVID-19. Os ensaios clínicos
em andamento se encontram todos em fase 3, ou seja, já são estudos
multicêntricos que acompanham milhares de pacientes, a fim de verificar a
segurança e eficácia dos diferentes possíveis imunizantes.
Fonte: Brasil 61