Força Tarefa do MPT, MTE e PRF resgata dois homens em condições análogas à escravidão em Guimarânia
Mesmo sob condições desumanas, eles continuavam trabalhando por medo de não receber seus pagamentos
Nesta
segunda-feira (9/9) uma força tarefa que envolveu o Ministério Público do
Trabalho (MPT), a Agência Regional do Trabalho de Patos de Minas (MTE) e a
Polícia Rodoviária Federal (PRF), resgatou dois trabalhadores de uma carvoaria
em Guimarânia, onde viviam em condições análogas à escravidão.
De acordo
com informações, a investigação constatou que os trabalhadores enfrentavam
jornadas exaustivas de até 14 horas diárias, em um ambiente degradante. Eles
estavam alojados em barracas de lona, sem acesso a água potável ou alimentação
suficiente, e ainda enfrentavam descontos salariais indevidos.
Mesmo sob
condições desumanas, continuaram trabalhando por medo de não receber seus
pagamentos.
“Os
trabalhadores, oriundos de Montes Claros, cumpriam jornadas das 5h30 até às
18h, sem nenhum registro em carteira. Já estavam há mais de 30 dias sem receber
salário, e as despesas de transporte e alimentação seriam descontadas,” explicou o procurador do
Trabalho, Hermano Martins Domingues.
Os próprios
trabalhadores relataram que passavam fome pelo menos três vezes por semana e
que, há dias, sobreviviam apenas com arroz e feijão. Segundo os auditores
fiscais Deusdedit Rodrigues e Gustavo Pereira, as condições nos alojamentos
eram deploráveis: “sem acesso a água potável, alimentos em quantidade
adequada, ou saneamento básico, os trabalhadores estavam expostos a animais
peçonhentos como escorpiões, cobras e ratos.”
Além disso,
as condições de segurança no local de trabalho eram inexistentes. Os dois
homens operavam tratores e motosserras sem qualquer treinamento ou equipamento
de proteção individual.
O empregador
foi autuado e obrigado a pagar os salários devidos, as verbas rescisórias,
formalizar os contratos de trabalho e custear as passagens de volta dos
trabalhadores. As barracas de lona, usadas como alojamentos foram interditados.
Fonte: PRF