Golpe do Pix vem se tornando cada dia mais comum. Entenda
Golpistas tentam de várias formas enganar pessoas pedindo doações ou fingindo ter realizado pagamentos. O golpe do Pix agendado também tem sido bastante comentado nas redes sociais, mas Banco Central afirma que não passam de boatos
Ultimamente os casos referentes a golpes aplicados
por meio de dispositivos de informática, aplicativos, redes sociais e telefones
está aumentando consideravelmente. E um dos golpes que está em alta é aplicado
por meio do Pix. Golpistas tentam de várias formas ludibriar pessoas pedindo
doações ou fingindo ter realizado pagamentos.
Como evitar o golpe do Pix?
Para tentar evitar o golpe do Pix, a advogada
Jéssica Marques explica os procedimentos necessários para que o roubo não seja
concretizado. “É importante que a pessoa
verifique de onde vem a ligação ou a mensagem, verifique se os dados do Pix são
os mesmos dados da pessoa que o está abordando, verificar o extrato bancário e
a natureza da transferência, ou seja, se foi um Pix na modalidade TED, ou na
modalidade por agendamento. Se foi um agendamento, espere o dinheiro cair na
conta bancária, porque há possibilidade de se cancelar.”
Se mesmo assim o golpe for aplicado, a advogada
indica quais medidas tomar. “É importante que ela tire print das conversas, do
comprovante de agendamento, do número telefone e se resguarde com todas as
provas que ela tiver para fazer o registro do boletim de ocorrência com a junta
de todas as provas. E nesses casos vai depender da forma da abordagem ou
procedimento realizado. Nós podemos vislumbrar a ocorrência do crime de
estelionato que tem uma pena prevista de até cinco anos de reclusão”, explica.
Outro golpe recorrente que vem sendo aplicado por
meio do Pix é de pessoas que se apropriam de fotos e informações referentes a
animais de estimação que necessitam de ajuda para conseguir dinheiro. A
funcionária pública Rangelma Almeida foi vítima desse golpe.
Ela resgatou uma gata que estava no estacionamento
de uma concessionária, em Brasília, com ferimentos na cabeça, todas as patas
queimadas e uma delas quebrada. Após o resgate, a gata foi levada ao
veterinário e os custos relacionados aos cuidados chegaram a R$4 mil. Como
Rangelma ainda tinha gastos associados aos cuidados de outros animais
resgatados, pediu ajuda a amigos e publicou fotos da gata nas redes sociais.
Mas o que deveria se tornar uma boa ação, acabou se transformando em golpe.
Uma pessoa disposta a ajudar entrou em contato com a
funcionária pública perguntando se ela era a tutora da gata, pois havia visto
fotos do animal circulando na internet com outras informações. Com isso,
Rangelma pesquisou e chegou a golpista, que usava as fotos da gata resgatada
por ela mais um comprovante fiscal com informações de outro bicho.
“Fui até a clínica veterinária identificada na nota
e eles disseram que aquele gasto não tinha relação com o perfil que pedia
ajuda. O que aconteceu é que a golpista fez uma montagem de dois casos
distintos e passou a pedir ajuda. Até gravei um vídeo com o veterinário da gata
para provar que o meu pedido era verdadeiro”, relata Rangelma.
Depois disso, Rangelma entrou em contato com a
golpista, que informou ter adquirido a ajuda necessária, e foi bloqueada. Então
um boletim de ocorrência foi registrado e a tutora da gata juntou um arquivo
com mais de 80 páginas de provas sobre o caso.
Com a interferência do golpe nas redes sociais, a
funcionária pública ainda necessita de ajuda para cobrir os custos com a gata.
“Nem sempre a ajuda financeira com resgates é constante, mas quando um
estelionatário interfere, as pessoas passam a acreditar que tudo é golpe.”
Nos últimos dias tem circulado nas redes sociais o
alerta de um suposto novo golpe utilizando a opção de agendamento de pagamento
por Pix. Mas na terça (23), o Banco Central (BC) informou que as informações
não passam de boatos, pois esse formato de transferência utilizando o sistema
ainda não pode ser realizado. O Pix agendado está previsto para se tornar
obrigatório em todas as instituições financeiras a partir de 1º de setembro.
Segundo mensagens compartilhadas na internet,
correntistas estariam recebendo notificações de Pix agendado de um
desconhecido. Em seguida, o autor da mensagem entra em contato com o
destinatário dizendo que a transferência foi feita por engano e pede a
devolução do dinheiro. Logo após o golpista cancelaria o agendamento inicial,
fazendo a vítima ficar no prejuízo.
De acordo com o BC, o recebedor de um Pix agendado
só recebe a notificação quando o dinheiro cai na conta, não no momento do
agendamento. Além disso, um agendamento pode ser cancelado a qualquer momento.
Dessa forma, em caso de engano, o próprio autor do pagamento pode desfazer a
transação sem o conhecimento do destinatário.
O Banco Central informou ainda que não existe a
possibilidade de a vítima receber uma notificação de um dinheiro que não caiu
na conta. O órgão ressalta que as notificações relativas ao Pix são recebidas
apenas por meio do aplicativo da instituição financeira, não por meio de SMS ou
de aplicativos de mensagens.
O que é o Pix?
Com o Pix, transações bancárias como transferência,
realização ou recebimento de pagamentos são realizadas em até 10 segundos a
qualquer hora ou dia, basta ter conta corrente, conta poupança ou conta de
pagamento pré-paga em qualquer banco ou instituição financeira que tenha o
sistema.
Para aderir ao Pix é necessário criar uma chave.
Para isso, o usuário deve acessar o aplicativo de sua própria conta bancária e
no menu do app do celular ou pelo internet banking vai aparecer a opção Pix.
O que é a chave Pix?
A chave Pix serve para identificar o endereço da
conta do usuário. Os quatro tipos de chaves Pix que podem ser utilizados são
CPF/CNP, e-mail, número de telefone celular ou chave aleatória, que é um código
único de 32 caracteres com letras e símbolos gerado aleatoriamente pelo Banco
Central para que o usuário não precise informar dados pessoais.
A chave vincula uma dessas informações básicas às
informações completas que identificam a conta transacional do cliente
(instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e
tipo de conta).
Cada conta de pessoa física pode ter até 5 chaves
vinculadas a ela, independentemente da quantidade de titulares. Ou seja, se a
conta for individual ou conjunta, ela poderá ter, no máximo, 5 chaves Pix. Já
no caso de pessoa jurídica, o máximo é de 20 chaves por conta. Todas as chaves
podem ser cadastradas no mesmo banco ou em mais de uma instituição, fica a
critério do usuário.
De acordo com o Banco Central, até 31 de maio,
93.593.998 usuários se cadastraram no Pix, sendo 87.801.642 pessoas físicas e 5.792.356
pessoas jurídicas.
Atualmente, 2.427 municípios não possuem agência
bancária, sendo assistidos por postos de atendimento ou correspondentes
bancários.
Como fazer um pagamento ou transferência usando o
Pix?
Existem algumas opções para realizar um pagamento
via Pix, são elas:
• Ler
um QR Code com a câmera do smartphone, na opção de fazer um Pix no aplicativo
da instituição financeira ou de pagamento;
•
Utilizar a opção "Pix Copia e Cola", com ela o usuário cola o código
relacionado ao QR Code. Opção para quando não for possível fazer a leitura do
QR Code pela câmera. Essa opção também pode ser usada no internet banking;
•
Informar a chave Pix do recebedor, que pode ser CPF/CNPJ, e-mail ou telefone
celular, ou uma chave aleatória, por meio da opção disponibilizada pela
instituição financeira ou de pagamento no aplicativo instalado no celular, essa
opção também pode ser usada no internet banking.
O acesso ao Pix ocorre exclusivamente pelos canais
de atendimento das instituições financeiras e de pagamento por meio do celular,
internet banking, agências, caixas eletrônicos ou nos correspondentes
bancários, como lotéricas, por exemplo.
Fonte: Agência Minas