Governador anuncia medidas de fortalecimento da produção de queijo artesanal em Minas Gerais
Iniciativa vai permitir a regularização dos produtores do setor e favorecer o agronegócio no estado
O governador Romeu Zema anunciou nesta quinta-feira (08/04) a publicação
de portaria do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) que estabelece
regulamentos técnicos de identidade e qualidade dos queijos artesanais das
regiões de Alagoa e da Mantiqueira. A partir de agora, com essa medida,
produtores das queijarias dessas regiões podem solicitar o registro ao IMA e,
posteriormente, a obtenção do Selo Arte, que permitirá a comercialização de
forma legal do queijo para todo o Brasil.
Outra portaria anunciada altera de 22 para 14 dias o período de
maturação do Queijo Minas Artesanal da Canastra e da Serra do Salitre, o que
também vai impulsionar a produção.
Durante o anúncio, que contou com a participação virtual da ministra da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, Zema reafirmou o
compromisso da atual gestão de fortalecer a produção rural.
“Espero que com esta ação estejamos não só reconhecendo o trabalho tão importante que os produtores fazem, mas, principalmente, dando dignidade a uma atividade que, infelizmente, o estado nunca teve, no passado, a preocupação de conhecer e formalizar. Parabéns para todos que estão conseguindo levar, para a população mineira e para todos os brasileiros, um produto saborosíssimo, de altíssima qualidade, e que agora vai ter toda esta segurança sanitária”, afirmou Zema.
Os resultados são fruto de trabalhos conjuntos realizados pelo Sistema
Agricultura, composto pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas IMA, Emater-MG e Epamig/Instituto de
Laticínios Cândido Tostes (Epamig/ILCT), instituições de ensino e pesquisa
(Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e Embrapa), parceiros e associações
de produtores locais.
Laboratórios
Além das portarias anunciadas como forma de impulsionar o setor, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destinou recurso da ordem de R$ 900 mil para as universidades estruturarem seus laboratórios a fim de possibilitar a realização de pesquisas em queijos artesanais mineiros.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, enalteceu a parceria entre
os governos estadual e federal e ressaltou a importância de se expandir a
iniciativa para outros setores do agronegócio.
“Vamos caminhar juntos para que a gente tenha cada vez mais produtos.
Não só o queijo, mas o mel, produtos embutidos. A gente vê como é importante
neste momento de pandemia que essas pessoas possam continuar fazendo os seus
produtos com qualidade, podendo vender, tendo renda para ter o seu sustento
garantido. Este programa tem que caminhar mais rápido e abranger uma quantidade
cada vez maior de produtos e produtores. Contem com o ministério da
Agricultura”, garantiu.
Exportação
A secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana
Valentini, destacou que a regularização dos queijos artesanais das regiões de
Alagoa e da Mantiqueira pode impulsionar a exportação do produto.
“Passados mais de 100 anos finalmente os produtores de queijo passaram a
ter identidade, podem ser identificados, regularizar suas queijarias,
comercializar num primeiro momento em Minas e depois em todo o país. Quem sabe
até exportar. Nossos queijos são muito saborosos e agradam o paladar. Já foram
premiados em diferentes concursos no Brasil e na França”, explicou
Reconhecimento
O presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal da Serra
da Mantiqueira, Luiz Antônio Guimarães, disse que o reconhecimento por parte
dos órgãos públicos é uma vitória para o setor.
“O órgão público veio até o produtor rural. Eu sei que isso foi uma
determinação do governador e da secretária (Ana Valentini), que viesse até nós
e que déssemos também o nosso aval. Além de ser um produto, é uma história.
Como diz aquele ditado: o país que não sabe o passado que tem, não sabe o
futuro que terá. A gente resgatou aquele passado”, afirmou.
Antônio Francisco Martins de Barros, presidente da Associação dos
Produtores de Queijo Artesanal Alagoa, também lembrou que a formalização vai
facilitar que a produção continue passando de geração para geração.
“Hoje a gente pode ver que as coisas vão funcionar. Quero que meus
filhos deem sequência à produção de queijo artesanal, que é uma cultura. Coisa
que temos prazer de ensinar aos nossos filhos”, contou.
Economia
Também presente virtualmente no anúncio, o deputado estadual Delegado
Heli Grilo, presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da ALMG,
enfatizou a importância do agronegócio para a economia.
“Se a balança comercial ainda tem superávit é em razão do setor
produtivo, do homem do campo, do homem que produz mesmo na pandemia. Estão
trabalhando e produzindo. São a essas pessoas que precisamos dar toda a
assistência”, disse.
Queijo artesanal em Minas
No momento, em toda Minas Gerais, 40 queijarias estão registradas com
Selo Arte, mais 260 estão cadastradas no Sistema de Inspeção Estadual, além de
três entrepostos com cerca de 30 queijarias relacionadas que também comercializam
para fora do estado (com o Selo Sisbi). Recentemente, em março deste ano, o IMA
registrou a primeira queijaria lotada no Norte de Minas, resultado de um
trabalho conjunto da autarquia com a Seapa e demais vinculadas Emater-MG e
Epamig.
Fonte: Agência Minas