Hugo Franciel é condenado a mais de 18 anos de prisão por ter matado estudante em Patos de Minas
O réu não compareceu ao julgamento
Hugo Franciel Borges Soares, de 28 anos, foi
condenado a 18 anos e seis meses de prisão em regime fechado na noite desta
quinta-feira (25), no Fórum Olympio Borges, pelo homicídio de Fabiana dos Reis
Gonçalves Barbosa, ocorrido na região de Porto das Posses, no dia 05 de julho
de 2016.
O
julgamento teve início às 13h30 e devido uma liminar expedida a pedido da
defesa, Hugo Franciel pôde se ausentar por questões de segurança. Familiares e
amigos de Fabiana estiveram presentes em peso no local e com os rostos
pintados, clamaram por justiça por meio de cartazes que foram afixadas nas
grades do fórum e por um grande pôster que foi erguido num guincho na rua.
Após
uma calorosa audiência que perdurou até as 20h00, em que tanto o advogado de
defesa, quanto o de acusação chegaram a se exaltar, o veredicto foi que Hugo
Franciel cumprirá 18 meses e meio de pena em regime fechado, destes, 15 anos
pelo crime de homicídio; dois anos, reduzido para um ano e seis meses pelo
crime de ocultação de cadáver e quatro anos, reduzido pela metade em dois anos,
pela tentativa de roubo com arma branca, (veja vídeo da sentença).
Para
a promotora de justiça Vanessa Dosualdo, o julgamento ocorreu de forma
satisfatória e tranquila, porém lamentou a ausência do réu. “É uma pena que o
réu não veio para ouvir, pois em 18 anos de carreira, nunca presenciei algo tão
vil e impiedoso como esta perseguição e chantagem emocional tão implacável
contra uma menina de 20 anos”.
“É
chocante ler um processo de 319 páginas e perceber que nas mais de 3000 conversas
e áudios de WhatsApp, diversos atos de manipulação, chantagem e ameaças de
morte. Precisamos ficar de olho nos relacionamentos que nossos filhos mantêm,
pois eles não estão isentos de estarem em uma situação parecida”, alertou
Vanessa.
Gustavo
Virgílio, advogado de defesa de Hugo Franciel, alegou que a escolha de evitar a
presença do réu na sessão não acarretou nenhum tipo de prejuízo, pois impediu
possíveis atos de execração ou massacre, que o defensor inclusive alegou ter
sofrido.
“Hugo
foi condenado integralmente pela denúncia. Houve certos quesitos que quase
foram acatados da tese defensiva e tivemos votos favoráveis que o homicídio foi
passional, mediante traição, mas não foi a tese prevalente e em razão disso,
estudaremos a hipótese de interpor recursos”, explicou Virgílio.
Matéria e fotos: Toninho Cury