Instituto Butantan paralisa produção de vacinas por falta de insumos
China ainda não liberou envio de 10 mil litros de IFA.
O Instituto Butantan finalizou hoje (14) as
entregas do primeiro contrato para fornecimento de vacinas contra o novo
coronavírus ao Programa Nacional de Imunizções (PNI). Foi disponibilizado o
total de 1,1 milhão de doses, somando 47,2 milhões de doses da vacina
CoronaVac, elaborada em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
O contrato previa o fornecimento de 46 milhões de
doses da vacina. Assim, o lote de hoje também é o início do cumprimento do
segundo contrato para a disponibilização de 54 milhões de doses até o final de
agosto.
O Butantan informou que vai paralisar a produção
até a chegada de um novo lote com 10 mil litros de insumo farmacêutico ativo
(IFA), matéria-prima da vacina. Segundo o governo de São Paulo, o carregamento
ainda não foi liberado pelo governo chinês para ser embarcado ao Brasil. “Esses
10 mil litros correspondem a aproximadamente 18 milhões de doses da vacina,
absolutamente necessários para manter a frequência do sistema vacinal, acelerar
e atender os que precisam da segunda dose”, disse o governador João Doria.
Ele atribuiu o atraso na liberação do envio do
material a um “entrave diplomático” causado por declarações “desastrosas” de
autoridades do governo brasileiro em relação à China e à própria vacina.
A entrega de insumos já sofreu outros atrasos
semelhantes. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a finalização do
primeiro contrato de fornecimento ao PNI teve um atraso de 12 dias.
Atrasos no cronograma
Com a atual demora na entrega de matéria-prima, a
estimativa de Covas é que só sejam disponibilizadas cinco milhões de doses de
vacina em maio, quando a previsão inicial era de 12 milhões de doses.
O governo de São Paulo avalia que as doses
disponíveis no momento são capazes de atender todos os grupos convocados para
receber a imunização. No entanto, Covas lembrou que alguns municípios, seguindo
recomendação do Ministério da Saúde, usaram todas as doses de CoronaVac para a
primeira etapa da imunização e podem ter dificuldades para aplicar a segunda
dose. Problema que, de acordo com o presidente do Butantan, não acontece no
estado de São Paulo.
Itamaraty
Em audiência pública na Comissão de Relações
Exteriores do Senado, no último dia 6, o ministro das Relações Exteriores,
Carlos França, disse que a relação com a China está entre as prioridades do
governo brasileiro. “Queremos um relacionamento econômico e comercial maior e
mais diversificado com a China”, afirmou na ocasião.
Embaixada da China
Em publicação nas redes sociais, a embaixada
chinesa no Brasil destacou a cooperação com países em desenvolvimento para o
acesso a vacinas e insumos. “A China é o maior fornecedor de vacinas para
países em desenvolvimento, oferecendo assistências vacinais a mais de 80 nações
em desenvolvimento e exportando o imunizante a uns 50 países. A China continua
a honrar seu compromisso de tornar suas vacinas um bem público global”, diz a
publicação.
Fonte: Agência Minas