Inverno começa com tempo seco e sem possibilidades de chuvas
Em Lagoa Formosa, os próximos dias serão com temperaturas mais altas do que em 2023. Já a umidade do ar segue baixando.
Apesar de o frio já
ter chegado em uma parte do Brasil, o inverno começou no Hemisfério Sul
oficialmente nesta quinta-feira (20/6), às 17h50, no horário de Brasília. A
mudança do outono para a estação mais fria do ano é marcada por um fenômeno
chamado de solstício, em que o planeta atinge o ponto mais distante em relação
ao Sol.
A própria palavra solstício retoma o significado da expressão Sol
parado, em latim, exatamente pelo fato de que, ao ser observado a olho nu, o
astro parece concluir sua trajetória quando atinge esse ponto. A mudança na
posição a cada nascer ou pôr do Sol não é vista nesse dia.
Segundo o astrônomo e diretor do Observatório do Valongo, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Thiago Gonçalves, o solstício ocorre
duas vezes ao ano - uma em junho e outra em dezembro - e, por causa da
inclinação do eixo da Terra, um hemisfério do globo fica mais exposto à luz
solar quando começa o verão, enquanto o outro fica menos, onde passa a ser
inverno.
“Após seis meses, a gente pode imaginar que a Terra está do outro lado
do Sol e, com essa inclinação, é o outro lado que estará virado para o Sol”,
explica.
Em junho, o Hemisfério Sul é quem recebe menos incidência solar e, por
isso, neste dia ocorre a noite mais longa do ano.
Equinócio
Segundo o astrônomo, conforme o planeta e o Sol vão se aproximando
novamente, a duração das noites vai diminuindo até que as trajetórias atinjam o
ponto mais próximo da Terra, quando dia e noite têm exatamente a mesma duração
e os dois hemisférios são igualmente iluminados.
Gonçalves explica, ainda, que esse fenômeno é chamado equinócio e também
ocorre duas vezes ao ano - uma em setembro e outra em março - quando começam o
outono e a primavera.
Todas as transformações observadas no globo terrestre em relação à
temperatura e vegetação de cada período do ano dependem do quanto cada região
recebe de luz solar, por isso, as regiões mais próximas à Linha do Equador -
como o Norte e o Nordeste brasileiro - sofrem menos mudanças. Gonçalves diz que
os extremos - Polos Sul e Norte - pela inclinação ficam mais perto ou distantes
do Sol.
“Se você viajasse do Rio Grande do Sul ao Amapá, por exemplo, você
estaria se aproximando cada vez mais da parte da Terra que, neste solstício,
está mais diretamente iluminada”, argumenta.
A duração do ciclo completo até o próximo solstício de inverno acontece
em 365 dias, 48 minutos e 46 segundos. Por causa dos minutos e segundos a mais,
o calendário precisa ser ajustado a cada quatro anos, quando o ano bissexto
soma 366 dias.
Fonte: Agência Brasil/Edição: Kleber Sampaio