Microrregião de Patos de Minas evolui para a Onda Vermelha do Minas Consciente
A microrregião de Patos de Minas, que pertence à macrorregião Noroeste,
uma das primeiras a ser incluída na onda roxa, respondeu positivamente,
podendo evoluir, agora, para a onda vermelha. Houve queda de 35% na taxa de
incidência e a taxa de ocupação da UTI adulto exclusivo para paciente covid
está em 87%. A macrorregião Noroeste, no entanto, não obteve o mesmo êxito e se
mantém na fase mais restritiva do plano Minas Consciente.
Já macrorregião de Saúde Triângulo do Norte, que também foi uma das
primeiras a ser inserida na fase mais restritiva do plano, apresentou melhora
em todos os indicadores relacionados à covid-19 e pode avançar para a onda
vermelha. A decisão, tomada nesta quarta-feira (31/3), passa a valer a partir
do dia 5/4.
As outras localidades ainda não apresentaram uma queda sustentada na
taxa de óbitos e de ocupação em leitos de UTI e, por isso, deverão seguir as
medidas mais restritivas pelo menos até 11 de abril. As medidas são reavaliadas
a cada sete dias pelo Comitê.
Durante a reunião, o governador Romeu Zema destacou que o momento ainda
é difícil e pede cautela para preservar vidas.
“Tivemos mais uma semana de recorde, tanto no Brasil quanto em Minas.
Infelizmente, os números de óbitos e a taxa de ocupação de leitos está subindo
na maior parte das regiões. Seguimos com os esforços para ampliar leitos,
apesar da falta de recursos, principalmente humanos, e, mais recentemente, de
insumos. Contamos com o apoio da população para superarmos essa fase o quanto
antes”, afirmou.
Onda vermelha
Nesta fase do Minas Consciente, a onda vermelha permite o funcionamento
de todas as atividades, desde que cumpram algumas regras, como distanciamento e
limitação máxima de pessoas.
Números
Na última semana, Minas Gerais apresentou aumento de 6,9% no número de
casos e de 8,1% nos óbitos. A incidência da doença cresceu 20% nos últimos 7
dias e 41% em 14 dias.
A positividade atualmente é de 43%, o que significa que esse é o
percentual de resultados positivos para covid-19 entre pacientes com sintomas
gripais.
A incidência da doença também vem aumentando em cidades com menos de 30
mil habitantes. Atualmente, são apenas 93 municípios desse porte com menos de
50 casos a cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Na última semana, o
número era de 141.
Impacto da onda roxa
Com a ampliação do distanciamento social e as medidas restritivas de
circulação proposto pela onda roxa, a expectativa é aumentar o isolamento da
população e, consequentemente, diminuir a notificação de casos suspeitos.
“Essa diminuição de casos positivos permite queda na incidência e,
consequentemente, melhora a taxa de ocupação na rede hospitalar e, por final,
dos óbitos. É o que se espera da onda roxa”, afirmou o secretário adjunto de
Saúde, André Luiz Moreira dos Anjos, durante a reunião do Comitê.
A evolução do Triângulo do Norte para a onda vermelha do Minas
Consciente ocorreu após a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) identificar
queda de 18% na taxa de incidência nos últimos 14 dias na macrorregião. Já na
última semana, essa queda foi de 3%, demonstrando uma melhora nos indicadores
da região após a adesão da população à onda roxa, desde 3 de março.
Com relação à variação no número de internações na macrorregião
Triângulo do Norte, os índices caíram de 14,04% para 6,42% nas últimas três
semanas, registrando o menor indicador entre as regiões mineiras.
Isolamento
Na última semana, a adesão ao isolamento social em Minas subiu de 39%
para 46,67%. O reflexo disso foi a redução na notificação de casos suspeitos, o
que confirma a expectativa do Governo de Minas de que, em breve, haja queda no
número de internações e também nos óbitos. Apesar disso, o isolamento social o
estado ainda está abaixo da média do país, de 49,15%.
Medicamentos e cirurgias eletivas
Ainda durante a reunião desta quarta-feira (31/3), o Comitê
Extraordinário Covid-19 aprovou a alteração nas deliberações que tratam do
fornecimento de medicamento e marcação de cirurgias eletivas na rede privada.
Em relação aos medicamentos necessários para intubação, os hospitais
particulares deverão informar à Secretaria de Estado de Saúde sobre os estoques
de tais insumos. Até agora, a obrigatoriedade era somente para as instituições
hospitalares públicas, filantrópicas e contratualizadas com o SUS.
Já as cirurgias eletivas deverão ser suspensas na rede privada, dada a
escassez geral de medicamentos de intubação em nível nacional e a ocupação
elevada de leitos. A medida já havia sido adotada pela rede pública.
Vacinação
Entendendo que a vacinação é a forma mais efetiva de conter o avanço da
pandemia e minimizar os danos econômicos provocados pelo isolamento social, a
Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com o Ministério Público Estadual e
a Defensoria Pública, fará um estudo dos municípios que ainda estão com estoque
acumulado de vacinas. O objetivo é auxiliar na logística e acelerar o processo
de imunização nas cidades, uma vez que a aplicação das doses é de
responsabilidade das prefeituras.
Com a permissão do Ministério da Saúde para que os estoques sejam
integralmente utilizados na aplicação da primeira dose do imunizante, a
expectativa do Governo de Minas é intensificar o processo ainda neste mês e
ampliar o número de doses aplicadas.
Agência Minas