Militar de Patos de Minas participa de Missão da ONU no Haiti
O sonho de se ingressar no Exército Brasileiro levou o jovem Patense,de 23 anos, que atualmente se encontra na "Missão de Paz" que o Brasil realiza no Haiti, a deixar tudo para trás em busca de realização pessoal.
Desde Março no Haiti, o jovem disse que as dificuldades no país continuam grandes. A guerra civil por lá começou no ano de 2004 e assola o Haiti. A guerra civil divide o país, sendo que o Exército Brasileiro se encontra no local na tentativa de levar um pouco de tranquilidade para a nação mais miserável das Américas.
Ao sair de Patos de Minas no início de 2008, o estudante, deixou na cidade de Patos de Minas a namorada, a família de nove irmãos, a mãe faxineira e uma proposta de emprego com salário de R$ 1.580. Ele viajou para Brasília para ganhar R$ 207 mensais e realizar um sonho que tinha desde os seis anos de idade: alistar-se no Exército.
"Aqui, até o castigo é bom, tem que fazer flexão", diz Azevedo. "Eu quero continuar no Exército, mesmo que para isso tenha que ganhar bem menos." Ele fez um curso de telecomunicações no 32º Grupo de Artilharia de Campanha e hoje conseguiria um emprego numa telefônica ou em empresa de segurança privada. A maioria dos recrutas, diz ele, alista-se pelo sonho de seguir a carreira militar.
Um número cada vez maior de jovens de origem pobre, que não ingressaram na faculdade, escolhe as Forças Armadas por opção. São eles que formam a maioria dos recrutas brasileiros, embora o Exército não disponha de uma estatística oficial, relacionando a classe social dos recrutas. O governo, porém, com sua Estratégia Nacional de Defesa, quer mudar o perfil do recruta, transformando-o num espelho de todas as classes sociais. O objetivo do Ministério da Defesa é fazer com que jovens ricos e da classe média alta também façam o serviço militar.
Além de dar segurança 24 horas para as pessoas, eles ainda contribuem na construção de escolas e casas, como a das missionárias que se encontram há mais de 15 anos no país. Nas fotos (abaixo) eles estão fazendo a distribuição de arroz, pão, óleo entre outros alimentos, em uma casa de freiras que fica dentro de um lixão.
CONHEÇA A HISTÓRIA DO HAITI
Quando se tornou a primeira nação negra independente, em 1804, o Haiti era motivo de orgulho para sua população e de temor para as potências da época. Responsável por 75% da produção mundial de açúcar, o país esbanjava riqueza e tinha saído vitorioso de uma revolta liderada pelos escravos contra a dominação francesa. Ao expulsarem as tropas enviadas por Napoleão, os negros haitianos deram uma contribuição decisiva à causa abolicionista na Europa e nos Estados Unidos.
Passados dois séculos, não há motivos para os 7,5 milhões de haitianos comemorarem. Entre os países das Américas, o Haiti é o mais pobre e o que tem o maior índice de mortalidade infantil, de desnutrição e de casos de Aids. De cada dez haitianos, oito estão na miséria. A única solução à vista para evitar que se repetissem os massacres ocorridos em 1991, quando Aristide foi deposto por um golpe militar, seria uma intervenção militar internacional.
Em teoria, bastariam umas poucas centenas de policiais bem armados, talvez franceses ou canadenses, com apoio logístico americano, para pôr ordem na baderna. O problema é que ninguém sabe o que fazer depois. Em 1994, tropas americanas devolveram o poder a Aristide e, enquanto estiveram por lá, houve certa ordem. Quando os soldados partiram, tudo desandou.
Aristide é um presidente inepto, corrupto e que fraudou sua reeleição. A oposição é formada por facínoras. O Haiti é o exemplo de nação que não deu certo. É estudado nas academias como um caso de fracasso do esforço internacional em ajudar um país a se reerguer. Até o Banco Mundial suspendeu a ajuda monetária em 2000, devido à roubalheira.
Como é possível a colônia mais rica do mundo ter se transformado numa nação de miseráveis? O drama do Haiti pode ser atribuído a vários fatores, alguns deles externos. Mas, se o país está hoje no fundo do poço, a culpa maior é dos próprios haitianos. Em 200 anos de independência, eles não conseguiram sair do ciclo de golpes militares, ditaduras, assassinatos políticos, guerras civis e corrupção. A cada seis anos, em média, um governo é deposto pela força.
Fonte: Vanderlei Gontijo/Fotos:Aislan Henrique