Minas amplia para 12 o número de doenças que serão rastreadas após teste do pezinho
Ampliação nos exames vale a partir de 25 janeiro de 2022, e previsão é identificar até 33 males nos próximos 2 anos
A Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciou nessa
terça-feira (28/12) a ampliação do diagnóstico de doenças pela triagem neonatal
no estado. A partir de 25/1/2022, o exame - também conhecido como teste do
pezinho - detectará mais seis doenças, além das seis já
diagnosticadas. Com a mudança, Minas passa a ser o segundo estado do país
a ampliar a relação de doenças a serem detectadas pela triagem neonatal. Até
então, apenas São Paulo e o Distrito Federal haviam realizado a ampliação da
testagem.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti detalha que, a partir
da data, a análise laboratorial fará a triagem para a toxoplasmose congênita e
cinco distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos: deficiência de acil-CoA de
cadeia média, deficiência de acil-CoA de cadeia muito longa, deficiência de
3-OH-acilCoA de cadeia longa, deficiência da proteína trifuncional e
deficiência primária de carnitina.
“É um grande legado que deixaremos para o Sistema Único de Saúde (SUS) no
estado e certamente um exemplo para o Brasil, tanto ao Ministério da Saúde
quanto aos demais estados, que se espelharão em Minas e se sentirão
impulsionados a também darem esse passo”, ressaltou o secretário, durante
evento realizado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
O Governo de Minas investirá
em 2022 cerca de R$ 13 milhões para essa ampliação, em um trabalho
conjunto ao Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da
Faculdade de Medicina da UFMG. A ampliação ocorrerá em cinco fases, de
forma gradativa e escalonada, conforme publicação da Resolução 7.916, de 9 de
dezembro de 2021. Ao final, o número de doenças detectáveis saltará das seis
atuais para 33.
A medida segue as diretrizes da Lei Estadual nº 23.554, sancionada em 13 de janeiro de 2020 pelo
governador Romeu Zema, e com a Lei Federal nº 14.154, sancionada em 26 de maio de 2021,
que determina aumento de doenças a serem diagnosticadas pelo Programa Nacional
de Triagem Neonatal (PNTN).
Atualmente, o exame realizado pelo SUS-MG identificava se o recém-nascido era
portador de hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doença falciforme,
fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita,
obedecendo ao Programa Nacional de Triagem Neonatal.
O PTN-MG está implantado nos 853 municípios do estado e oferece a
triagem neonatal pelo SUS a toda a população. São 3.744 postos de coleta, sendo
3.658 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e 86 maternidades cadastradas.
Reforço na Rede de Atenção
Durante a coletiva, o secretário também ressaltou a necessidade de os
serviços públicos de saúde realizarem o acompanhamento dos casos diagnosticados
na Rede de Atenção. A ampliação demandará esforço de investimento, por parte
das políticas públicas, para desenvolvimento de uma rede capacitada para
atendimento às doenças raras.
“Já existem hospitais no estado que fazem isso, mas a expectativa é a de que
possamos ampliar o número de serviços habilitados. São distúrbios raros do
ponto de vista epidemiológico, mas quando ocorre na sua casa, na sua família,
deixa de ser raro. Teremos a oportunidade de expor para a sociedade e provar
que temos meios para ajudar na recuperação, com tratamentos e até mesmo a
cura”, reforçou o diretor do Nupad, José Nélio Januário.