Minas é o estado que mais recebeu pacientes de outros locais durante a pandemia
Minas Gerais é o estado que trata mais
pacientes contaminados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) vindos de outras
unidades da federação, o que pode ser resultado de uma oferta de leitos
hospitalares excedente, fruto do comprometimento da população com o isolamento.
É o que indicam dados coletados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
compilados pelo Estado de Minas e avaliados por profissionais sanitários (veja
tabelas nesta página) a partir dos fluxos de casos e óbitos encaminhados pelas
secretarias estaduais de Saúde até 14 de setembro. Minas se destaca com o maior
percentual de pessoas de fora do estado ou de origem indefinida mortas por
COVID-19 em seus hospitais, com 3,4% do total. O percentural re- presenta mais
de três vezes a taxa no segundo colocado, o Mato Grosso (1,1%), e a do terceiro
no ranking, o Paraná (1,03%).
O total de 216 pacientes que perderam a vida por COVID-19 após
chegar ao estado é também o maior número do Brasil, à frente de Pernambuco (65)
e do Paraná (40). No último dia 27, os mortos pela doença que não eram do
estado chegavam a 229 vítimas. Se esse somatório representasse os óbitos em um
único município, estaria abaixo apenas dos registros em Belo Horizonte (1.199),
Uberlândia (538), Contagem (361) e Governador Valadares (245), mas acima das
notificações em grandes centros como Betim (199) e Juiz de Fora (202),
considerando-se a mesma data.
Com relação aos diagnósticos positivos, Minas Gerais tem um total
de 2,6% de detecção em “forasteiros”, perdendo apenas para Santa Catarina, onde
o volume percentual corresponde a 3,2%, e à frente de Roraima, estado que
recebe refugiados venezuelanos, mas onde apenas 1,9% dos pacientes de COVID-19
são de fora. Para dar uma ideia do que isso representa, cerca de 500 pessoas
passam todos os dias pela fronteira do Brasil com a Venezuela, em Roraima,
ainda que poucas delas sejam submetidas a testagem para detecção do vírus.
Em Minas, o universo de pacientes de fora do estado representa
6.776 pessoas com teste positivo para o novo coronavírus, média de 37 casos por
dia desde 16 de março, quando o primeiro teste positivo foi registrado em
território mineiro. Em termos absolutos, é o maior volume de pacientes
“importados”, à frente de Santa Catarina, com 6.520, e do Ceará, com 2.064.
Ainda em 27 de setembro, o volume de diagnósticos positivos vindos
de fora subiu para 6.995. Se representasse um município, estaria atrás de
Belo Horizonte (41.091), Uberlândia (26.586), Contagem (8.717), Ipatinga
(8.496), Montes Claros (8.496) e Governador Valadares (7.146), mas novamente à
frente de grandes cidades como Juiz de Fora (5.803) e Betim (5.759).
Confira reportagem completa aqui.
Fonte: Jornal Estado de Minas.