Minas Gerais terá o primeiro Centro Nacional de Vacinas do Brasil
Com orçamento de R$ 30 mi do Estado e R$ 50 mi da União, unidade de pesquisa e desenvolvimento vai agilizar produção de imunizantes e controle de doenças
Minas Gerais dará mais um
importante passo para o fortalecimento da ciência e pesquisa no estado. O
governador de Minas Gerais, Romeu Zema, assinou nesta quinta-feira (2/9), em
Brasília, protocolo que oficializa a construção do primeiro Centro Nacional de
Vacinas. A iniciativa é uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto vai
promover a independência de tecnologia na produção de lotes-pilotos de vacinas
e testes de diagnóstico para doenças humanas e veterinárias.
“Fico muito satisfeito que Minas Gerais, juntamente com o Ministério da Ciência
e Tecnologia, com a UFMG, com a participação da Fapemig,
da Funed,
venha a fazer parte desta cadeia de pesquisa e também de produção. Queremos que
a UFMG, que a Fapemig, que seus pesquisadores tenham condições de desenvolver
as vacinas e nós, por meio da Funed, venhamos a ter condições de fabricarmos e
distribuirmos tanto no Brasil quanto no exterior estas vacinas”, disse o
governador, durante seu pronunciamento.
Zema lembrou que o centro desenvolverá vacinas humanas e para animais. “Isso é
um marco muito importante. Assim como a pandemia começou há dois anos,
estaremos preparados no futuro para eventos desta natureza. Então, é algo
estratégico, é algo que pode salvar milhões de vidas”, explicou.
A construção do Centro Nacional de Vacinas contribui não somente para acelerar
o desenvolvimento tecnológico e científico de imunizantes no Brasil, como
também tira o país da condição de refém da tecnologia internacional, agilizando
a fabricação, por exemplo, de vacinas para infecções virais epidêmicas e
pandêmicas, como malária, leishmaniose, doença de Chagas, zika, chikungunya, dengue
e covid-19, contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioeconômico do
estado de Minas Gerais e do Brasil.
Já a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, enalteceu o pioneirismo da
iniciativa.
“Nossa intenção é formar pessoas, mas também fazer esta importante entrega para
a sociedade. Fazemos a pesquisa e entregamos para a transferência de tecnologia
a serviço da sociedade. Somos líderes em depósito de patente, que é o início de
toda produção. O compromisso do Governo de Minas em
apoiar este centro é justamente completar toda esta cadeia com o apoio da
Funed, da Fapemig, e de todas as estruturas do nosso estado e do nosso
governo”, afirmou.
Já o ministro da Tecnologia, Ciência e Inovação, Marcos Pontes, afirmou ter
muito orgulho de trabalhar com a Universidade Federal de Minas Gerais e com o
Governo de Minas Gerais para que o Brasil possa ser, com o Centro Nacional de
Vacinas, um país produtor de imunizantes no âmbito mundial.
“Passaremos a ser um país que pode ser parceiro da Organização Mundial da
Saúde, por exemplo. O país vai estar preparado para as próximas pandemias, vai
poder desenvolver vacinas para doenças negligenciadas, como dengue, zika,
chikungunya e muitas outras. Isto nos dá muito orgulho”, disse.
Com orçamento na ordem de R$ 30 milhões do Governo de Minas Gerais para a
construção e importação de equipamentos laboratoriais, sendo R$ 12 milhões
disponibilizados pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e
R$ 18 milhões pela Secretaria de
Estado de Saúde (SES-MG), o centro é fruto da parceria com
investimento de R$ 50 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,
por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
A união entre governos estadual e federal totaliza R$ 80 milhões para a
consolidação do Centro Nacional de Vacinas.
Padrões
internacionais
O Centro Nacional de Vacinas será uma associação sem fins lucrativos com
ambiente multidisciplinar, diverso e de inovação, comparado ao Centro da
Universidade de Oxford, que desenvolveu a vacina AstraZeneca. A
construção tem início previsto para janeiro de 2022, no local onde hoje existe
o Centro de Tecnologias de Vacinas (CTVacinas), da UFMG, ampliando o antigo
espaço que dispõe de mão de obra altamente qualificada.
O projeto ampliará a área do CTVacinas por intermédio da construção de dois
anexos e aquisição de equipamentos importados. Atualmente, o CTVacinas da UFMG
já tem projeto da LeishTec, vacina para a leishmaniose visceral canina e da
SpiNTec – vacina para Covid-19 com promessa de produção com 100% de insumos
nacionais e que servirá de reforço para o combate à doença. A SpiNTec vai
passar ainda pela fase de testagem do imunizante em humanos em parceria com a
Fundação Ezequiel Dias (Funed).
O inédito Centro de Vacinas terá estrutura certificada dentro dos padrões
internacionais para que pesquisas de manipulação e criação das vacinas sejam
100% seguras, sem risco algum de vazamento, tampouco de contaminação,
respeitando protocolos internacionais e da Anvisa e com possibilidade de
atender ao mercado privado que atualmente é carente de infraestrutura.
A intenção é que o projeto, iniciado com investimento público, adquira
autonomia e independência ao longo de três anos, para que funcione como uma
organização de direito civil se mantendo com aporte financeiro privado.
Fonte: Agência Minas