Mineiros devem ficar atentos aos riscos de queimadas durante período seco
Focos de incêndio podem ameaçar a vida de pessoas e animais, e também provocar interrupções de energia
Um
levantamento realizado pela Cemig aponta que cerca de 30 mil clientes ficaram
sem energia entre janeiro e abril de 2021, após 32 interrupções serem
registradas na área de concessão da empresa. Todas elas foram causadas por
focos de incêndio.
No mesmo período
de 2020, foram cerca de 3,5 mil clientes sem energia após incêndios atingirem a
rede elétrica, sendo registradas 31 interrupções causadas pelo fogo na área
atendida pela companhia. Considerando todo o ano passado, foram 652 ocorrências
registradas, totalizando 573.140 clientes afetados por
queimadas.
O gerente de
Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, explica que
grande parte dos focos de incêndio é causada por ação humana. “Alertamos a
população a respeito dos riscos e consequências das queimadas”,
destaca.
Transtornos
Ainda segundo João
José Magalhães Soares, o aquecimento dos cabos e equipamentos da rede elétrica
pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, linhas de distribuição e
subestações, bem como causar graves acidentes com pessoas que estão próximas a
estas áreas.
“Um dos
maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para
fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas muito
amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas
acidentadas, torna ainda mais desafiadora a manutenção das redes prejudicadas
pelas queimadas”, conta o gerente da Cemig.
Soares
reforça que as queimadas podem prejudicar o fornecimento de energia para
hospitais e centros de saúde, tão importantes nesta época de pandemia. "As
queimadas danificam equipamentos e tornam o restabelecimento mais demorado, o
que pode trazer problemas para todos. Além disso, o alto índice de fumaça
produzido pode trazer sérios danos à saúde, principalmente neste momento em que
uma doença como a covid-19 ataca tão severamente o sistema respiratório. As
pessoas que provocam os incêndios devem pensar nisso e ter mais empatia e
consciência coletiva, nesta época tão difícil para todos",
alerta.
Crime previsto em lei
Além de
deixar hospitais, comércios e escolas sem energia, realizar queimadas pode ser
considerado crime com pena de prisão. De acordo com a Lei 9.605/98, provocar
incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode
resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.
Para
minimizar as ocorrências deste tipo em sua área de concessão, a Cemig realiza
ações preventivas constantemente. São exemplos limpeza de faixas de servidão,
poda de árvores e arbustos, remoção da vegetação ao redor dos postes e torres.
A companhia também
realiza inspeções em linhas de transmissão, para identificar e mitigar riscos
potenciais e, assim, tentar evitar as ocorrências proporcionadas pelas queimadas.
Ajuda da população
Algumas dicas
importantes devem ser consideradas para evitar riscos de incêndios:
Apagar com água o
resto do fogo em acampamentos, não jogar pontas de cigarros acesas na estrada
ou em áreas rurais e não deixar garrafas plásticas ou de vidro expostas ao sol
em áreas com vegetação são alguns cuidados.
Também existem
restrições para a realização de queimadas quando permitidas por lei: não devem
ser realizadas a menos de 15 metros de rodovias, ferrovias e do limite das
faixas de segurança das linhas de transmissão e distribuição de energia. A
Cemig lembra, ainda, que é proibido o uso de fogo em áreas de reservas
ecológicas, preservação permanente e parques
florestais.
Em caso de
incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais
rápido possível. Vale destacar que todos podem denunciar a prática de
queimadas ilegais, de maneira anônima, ligando gratuitamente para o telefone
181.
Foto: ilustrativa / Fonte: Agência Minas