Ministério Público obtém decisão liminar contra loteamento irregular em Carmo do Paranaíba
Segundo a ACP, a responsabilidade pela lesão aos interesses urbanísticos é da Rio Brilhante Empreendimentos Imobiliários Ltda.
Ministério
Público obtém decisão liminar contra loteamento irregular em Carmo do Paranaíba
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da
Promotoria de Justiça Ambiental de Carmo do Paranaíba e da Coordenadoria
Regional das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente das Bacias dos Rios
Paracatu, Urucuia e Abaeté, ajuizou Ação Civil Pública (ACP) - número
5000858-04.2019.8.13.0143 - para exigir a rede de drenagem pluvial e a
disponibilização de áreas institucionais e verdes sonegadas por empreendedores
do loteamento Jardim Vitória.
De acordo
com o documento, a ação pede a aplicação de multa civil e danos morais difusos
oriundos das fraudes apuradas, em benefício do município de Carmo do Paranaíba
e dos adquirentes de lotes no Bairro Jardim Vitória.
O juiz de
direito da Vara Civil da Comarca de Carmo do Paranaíba, Paulo José Rezende,
acolheu os pedidos liminares do Ministério Público para que seja apresentado o
projeto corretivo para o sistema de drenagem pluvial. Igualmente, determinou a
proibição de venda de lotes no local, enquanto não for resolvida a situação
judicializada, sob pena de multa de R$ 50 mil para cada novo lote comercializado,
após a devida intimação.
Segundo a
ACP, a responsabilidade pela lesão aos interesses urbanísticos, de forma
solidária, é da Rio Brilhante Empreendimentos Imobiliários Ltda. O MPMG apurou
que as irregularidades nas obras de engenharia civil e sanitária têm causado
prejuízos aos microssistemas hídricos e afluentes do rio Paranaíba, sem
descartar as reclamações de vários cidadãos sobre o processo erosivo instalado.
Igualmente, conforme a ação, a subtração de áreas que deveriam ser vertidas aos
interesses comunitários e públicos causam prejuízos ao bem-estar dos residentes
e enriquecimento ilícito dos agentes particulares citados na ação.
Para os
promotores de Justiça Bernardo Jeha, Carolina Frare e Athaide Peres, é
"importante a correção judicializada dos aspectos sensíveis de
loteamentos, ainda que aprovados pelo Município, para a restauração plena das
objetividades do urbanismo e da própria isonomia entre os diversos
empreendimentos de loteamentos no Alto Paranaíba".
Ainda
segundo os promotores de Justiça, "outro aspecto relevante é a proteção
dos cursos de águas públicos, que vem padecendo com as voçorocas instaladas e
mapeadas. Por tantas, é um disparate o próprio Município bulir as regras da
União e do Estado para o tema, posta a ausência de regras locais próprias,
menosprezando os lídimos interesses coletivos da população de Carmo do
Paranaíba". O valor da causa é de R$ 10 milhões.