Movimento do Hip Hop de Patos de Minas discutem falhas em projetos que censuram músicas com apologia ao crime, na Câmara Municipal

A Rapper Carol Araújo, membro do movimento Hip Hop ressaltou que o movimento existe há 30 anos em Patos de Minas e que as músicas dos membros não fazem apologia a nenhum crime

Notícias | Política

11 Abril, 2025

0

Movimento do Hip Hop de Patos de Minas discutem falhas em projetos que censuram músicas com apologia ao crime, na Câmara Municipal


Na tarde da última quinta-feira (10) a Câmara do Vereadores de Patos de Minas foi palco de discussões acaloradas. Durante sessão ordinária, o Movimento Hip Hop de Patos de Minas, representado pelo Coletivo VOZES, fez uso da Tribuna Livre onde levantaram possíveis falhas nos Projetos de Lei (PL) 6111/2025 e 6113/2025 dos vereadores José Luiz Borges e Leomar de Lima Silva. Os PLs possuem o objetivo de censurar músicas que fazem apologia ao crime, ao uso de drogas e ao sexo.

O Projeto de Lei 6311/2025 de autoria do Vereador José Luiz Borges Júnior (Podemos) “Dispõe sobre a proibição de execução de músicas com letras que façam apologia ao crime, ao uso de drogas, à pornografia, e/ou que utilizem linguajar obsceno nas escolas da rede pública municipal de ensino e em veículos de recreação, denominados “Carreta Furacão” e da outras providências”. Já o Projeto de Lei 6313/2025, de autoria do vereador Sargento Leomar (PRD) “Proíbe a contratação de shows e artistas e realização de eventos abertos ao público infanto-juvenil que envolvam, no decorrer da apresentação, expressão de apologia ao crime organizado e/ou ao uso de drogas; e dá outras providências”.


Em entrevista concedida a Rádio Clube 98, a Rapper Carol Araújo, membro do movimento Hip Hop ressaltou que o movimento existe há 30 anos em Patos de Minas e que as músicas dos membros não fazem apologia a nenhum crime, mas pelo contrário incentivam o jovem a trilhar o caminho da educação. A rapper disse ainda que os projetos não são ruins, porém precisam de melhor contextualização:

“Temos que ficar atentos em como serão colocados em prática esses projetos, nós viemos falar que o nosso rap não é um rap que faz apologia ao crime, quando se trata em censurar a gente tem que ver como isso será feito. Quem vai julgar? Qual critério será usado? Quem pode ou não cantar em um palco onde a prefeitura irá ceder pra gente cantar? Vão ouvir todas as músicas?”, questionou a rapper.

Durante a sessão ordinária a vereadora Professora Beth (Podemos), demonstrou preocupação quanto ao Projeto de Lei 6311/2025 do Vereador Zé Luiz. De acordo com o projeto, os profissionais da educação seriam os responsáveis pela fiscalização e censura das músicas que são reproduzidas nas escolas. Segundo a vereadora “Isso não é papel de educador.”

Após os integrantes do Movimento Hip Hop fazerem uso da Tribuna Livre e apresentarem os seus posicionamentos, o vereador José Luiz Borges foi questionado pela nossa reportagem se o seu projeto passaria por alguma mudança. O vereador argumentou que o PL é bastante claro e que não deve passar por nenhuma alteração.

Vale lembrar que vereador Júlio César (Republicanos) pediu vista do PL 6311/2025 para que possa estudar melhor o projeto.

A reportagem também fez o mesmo questionamento ao vereador Sargento Leomar que informou que o seu projeto de lei deve sofrer uma alteração devido a uma possível emenda que ainda será apresentada pelo vereador Wilian de Campos (MDB), que pediu vista do PL 6313/2025.

“Será apenas uma mudança de como será cobrado (a punição). Pedi vista para mudar somente esse trecho da lei sobre como será a sanção e a forma que será realizado a punição”, disse o vereador.

Por Gabriel Araújo/Fonte: Clube Notícia 

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




COMENTÁRIOS DESABILITADO(0)