Movimento do Hip Hop de Patos de Minas discutem falhas em projetos que censuram músicas com apologia ao crime, na Câmara Municipal
A Rapper Carol Araújo, membro do movimento Hip Hop ressaltou que o movimento existe há 30 anos em Patos de Minas e que as músicas dos membros não fazem apologia a nenhum crime

Na tarde da última quinta-feira (10) a Câmara do
Vereadores de Patos de Minas foi palco de discussões acaloradas. Durante sessão
ordinária, o Movimento Hip Hop de Patos de Minas, representado pelo Coletivo
VOZES, fez uso da Tribuna Livre onde levantaram possíveis falhas nos Projetos
de Lei (PL) 6111/2025 e 6113/2025 dos vereadores José Luiz Borges e Leomar de
Lima Silva. Os PLs possuem o objetivo de censurar músicas que fazem apologia ao
crime, ao uso de drogas e ao sexo.
O Projeto de Lei 6311/2025 de autoria do Vereador José
Luiz Borges Júnior (Podemos) “Dispõe sobre a proibição de execução de
músicas com letras que façam apologia ao crime, ao uso de drogas, à
pornografia, e/ou que utilizem linguajar obsceno nas escolas da rede pública
municipal de ensino e em veículos de recreação, denominados “Carreta Furacão” e
da outras providências”. Já o Projeto de Lei 6313/2025, de autoria do
vereador Sargento Leomar (PRD) “Proíbe a contratação de shows e
artistas e realização de eventos abertos ao público infanto-juvenil que
envolvam, no decorrer da apresentação, expressão de apologia ao crime
organizado e/ou ao uso de drogas; e dá outras providências”.
Em entrevista concedida a Rádio Clube 98, a Rapper
Carol Araújo, membro do movimento Hip Hop ressaltou que o movimento existe há
30 anos em Patos de Minas e que as músicas dos membros não fazem apologia a
nenhum crime, mas pelo contrário incentivam o jovem a trilhar o caminho da
educação. A rapper disse ainda que os projetos não são ruins, porém precisam de
melhor contextualização:
“Temos que ficar atentos em como serão
colocados em prática esses projetos, nós viemos falar que o nosso rap não é um
rap que faz apologia ao crime, quando se trata em censurar a gente tem que ver
como isso será feito. Quem vai julgar? Qual critério será usado? Quem pode ou
não cantar em um palco onde a prefeitura irá ceder pra gente cantar? Vão ouvir
todas as músicas?”, questionou a rapper.
Durante a sessão ordinária a vereadora Professora Beth
(Podemos), demonstrou preocupação quanto ao Projeto de Lei 6311/2025 do
Vereador Zé Luiz. De acordo com o projeto, os profissionais da educação seriam
os responsáveis pela fiscalização e censura das músicas que são reproduzidas
nas escolas. Segundo a vereadora “Isso não é papel de educador.”
Após os integrantes do Movimento Hip Hop fazerem uso
da Tribuna Livre e apresentarem os seus posicionamentos, o vereador José Luiz
Borges foi questionado pela nossa reportagem se o seu projeto passaria por
alguma mudança. O vereador argumentou que o PL é bastante claro e que não deve
passar por nenhuma alteração.
Vale lembrar que vereador Júlio César (Republicanos)
pediu vista do PL 6311/2025 para que possa estudar melhor o projeto.
A reportagem também fez o mesmo questionamento ao
vereador Sargento Leomar que informou que o seu projeto de lei deve sofrer uma
alteração devido a uma possível emenda que ainda será apresentada pelo vereador
Wilian de Campos (MDB), que pediu vista do PL 6313/2025.
“Será apenas uma mudança de como será
cobrado (a punição). Pedi vista para mudar somente esse trecho da lei sobre
como será a sanção e a forma que será realizado a punição”, disse
o vereador.
Por Gabriel Araújo/Fonte: Clube Notícia