Municípios se mobilizam contra o aumento abusivo nos preços dos medicamentos
Segundo os prefeitos, as empresas estariam se aproveitando da situação e praticando um preço acima do regulamentado pelo governo federal
A AMAPAR – Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paranaíba
vai enviar um ofício para o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pedindo uma
intervenção do Governo Federal contra o aumento abusivo nos preços dos
medicamentos. Os prefeitos afirmam que há medicamentos e insumos que tiveram
aumento de até de 1000%, o que fere a resolução publicada no diário oficial no
dia 31 de março de 2021.
Este ano, o Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (CMED) aprovou três níveis de reajuste: 10,08%; 8,44%; e 6,79%,
que variam conforme a competitividade das marcas no mercado. Porém, os
prefeitos reclamam que este aumento não foi respeitado por algumas
farmacêuticas, que estão cobrando preços muito além do que foi previsto.
O prefeito de Coromandel, Fernando Breno Valadares Vieira (Patriota),
ressaltou que o impacto é gigantesco. Ele buscou, junto aos prefeitos
associados à AMAPAR, uma manifestação para que o Governo Federal intervenha.
“Porque há medicamentos e insumos que em dezembro era um preço e hoje aumentou
100%, 300% e até 1000%. E isso impacta diariamente no financeiro das
prefeituras”, explicou.
“Estas empresas, na verdade, estão se aproveitando desta situação da
COVID-19 para cobrar estes valores absurdos”, ressaltou. Ele explicou que o
Ministro da Saúde fez uma reunião com a Confederação Nacional dos Municípios –
CNM para que os prefeitos informem o nome das empresas que estão cobrando estes
valores abusivos. “Assim a AMAPAR, através de todos os nossos municípios, vai
fazer esta manifestação por ofício ao Ministro da Saúde”, finalizou.
O presidente da AMAPAR e prefeito de Carmo do Paranaíba, César Caetano
(PL), disse que é obvio que existe uma questão de oferta e procura, uma questão
de liberdade econômica. “Mas não é diferente na questão de ter empresas com
pouca seriedade se aproveitando da circunstância do momento para poder
inflacionar de forma abusiva, de forma irresponsável e de forma desumana,
alguns insumos relacionados a COVID-19 e até mesmo outras situações”, ressaltou.
César explicou que vai pegar a lista destas empresas, a partir das
secretarias municipais de saúde, vai estabelecer uma relação quanto a inflação
e levar esses dados ao Ministério da Saúde e também para o Ministério Público
Federal “para que tomem as medidas necessárias e cabíveis para que se
reestabeleça uma ordem dentro da questão do livre comércio ainda que numa
situação de guerra e de pandemia”, finalizou.
Redação: Patos notícias