Nível baixo de reservatórios pede uso racional da energia
Com menos chuvas que o esperado para os últimos meses, sistemas de abastecimento de eletricidade estão pressionados. Bons hábitos podem ajudar, por exemplo, a reduzir despesas em casa

Mesmo
com o recente anúncio de que a tarifa para os clientes residenciais da Cemig
não irá aumentar neste ano, é importante destacar que o Brasil passa por um dos
piores momentos hidrológicos da história e o uso consciente e racional da
energia elétrica é fundamental para o setor elétrico.
A companhia alerta
para que as pessoas fiquem atentas ao comportamento de consumo. O objetivo é
economizar e reduzir o valor da conta no final do mês, além de ajudar a aliviar
a carga no sistema elétrico.
Vilões
Neste final de outono, quando as temperaturas estão mais baixas em Minas
Gerais, o público deve ter atenção especial ao chuveiro elétrico. Em função da
elevada potência, o equipamento pode representar até 30% da fatura de energia.
“O consumo de energia depende de duas variáveis: da potência do equipamento
(medida em watts) e do tempo de utilização. Como está mais frio e as pessoas
tendem a utilizar o chuveiro em sua potência máxima, a melhor forma de
economizar é reduzindo o tempo de banho. Como o consumo do equipamento é muito
representativo, uma redução no tempo de uso trará uma economia significativa”,
explica o engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista.
O especialista também destaca que os consumidores devem avaliar a possibilidade
de instalação de um sistema de aquecimento solar. O custo de implantação,
conforme Batista, se paga em pouco tempo com a redução do consumo de energia
pelo chuveiro elétrico.
Outro equipamento
que merece atenção é a geladeira. Geralmente, o eletrodoméstico é o segundo
equipamento que mais consome energia em uma residência em virtude do “abre e
fecha” ao longo do dia.
Uma geladeira em bom estado de uso funciona 12 horas por dia, ou seja, 360
horas por mês. “É muito importante lembrar que alimentos ainda quentes não
devem ser armazenados, pois isso sobrecarrega o aparelho e consequentemente
aumenta o consumo. Cuidados como esses podem colaborar para a economia no final
do mês” reforça.
Pessoas que estão no sistema de trabalho remoto, em suas residências, devem
ficar atentas ao consumo de computadores e periféricos. Ao se ausentar, mesmo
que por curto período de tempo, o monitor deve ser desligado. Outros
componentes como impressoras e caixas de som também devem ficar desligados
quando não tiverem sendo utilizados.
Desperdício
A eletricidade consumida pelos aparelhos eletrônico em stand-by (modo de
espera) pode representar até 15% de seu consumo funcionando. Vale ressaltar
que, ao desligar a TV, é importante desligar os demais equipamentos que estão
conectados ao aparelho. Os televisores mais antigos consomem mais que os novos
e, no modo de espera, os receptores de TV por assinatura são os maiores vilões
do desperdício.
“Equipamentos como receptores de TV por assinatura, computadores e aparelhos de
televisão, entre outros, que costumam ficar ligados em modo de stand-by 24
horas por dia, elevam o valor da conta no final do mês. Para economizar, é
necessário que o consumidor retire o equipamento da tomada”, afirma Batista.
Momento hidrológico
As bandeiras tarifárias indicam as condições hidrológicas para a produção de
energia elétrica. Vale ressaltar que a inclusão das bandeiras nas faturas
representa uma adição temporária nas tarifas, que pode ser reduzida e até
excluída de acordo com as condições dos níveis de água.
Como as chuvas estão abaixo da média nos últimos meses, colocando pressão sobre
os reservatórios, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, onde estão as usinas de
Minas Gerais, apresenta nível de armazenamento pouco superior a 30%, conforme
dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Dessa forma, para
garantir a integralidade dos reservatórios, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) está despachando as usinas térmicas para suprir a demanda da
população. Contudo, essas usinas utilizam combustíveis fósseis e encarecem o
preço para a produção de energia.
- Para mais informações sobre bandeiras
tarifárias, acesse o site
da Aneel.
Fonte: Agência Minas