No Dia Nacional da Saúde, Conselho Estadual mobiliza população em defesa do HRAD
A situação crítica causada pelo edital de contratação de uma Organização
Social (OS) para gerir o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), da Fundação
Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), em Patos de Minas; e a
possibilidade de concessão de 12 hospitais regionais – sendo que 10 ainda estão
em fase de construção – para entidades prestadoras de serviços, foi agravada
pelo veto do governador Romeu Zema, na quinta-feira (29/07), aos incisos que
proibiam a celebração de contratos entre o Executivo com as OS, ao sancionar a
proposição de Lei 24.780, de 2021, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração
e execução da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), para o exercício de 2022,
em emendas que vedavam a prestação de serviços públicos de Saúde e Educação,
celebrados em acordos com as OS.
Essa articulação da ALMG impediria justamente a possibilidade de
terceirização de funções de gerenciamento, operacionalização e execução das
ações e serviços de saúde em unidade hospitalar, como ocorre na investida da
FHEMIG contra o HRAD. Diante da situação, CES-MG tem reafirmado a deliberação
contrária à terceirização por meio da Resolução do CES-MG 064, de
14/10/19, atuando junto à Comissão de Saúde da ALMG e ao Ministério
Público Estadual para fazer valer a decisão de evitar que ocorra em Minas
Gerais situações graves como as que ocorrem em outros estados brasileiros.
Por intervenção do CES-MG, o Ministério Público pediu a suspensão do
edital proposto pela FHEMIG para o HRAD, que em seguida foi descumprida,
contrariando a decisão. O vice-presidente do CES-MG, Ederson Alves da Silva,
destaca que o interesse das OS’s está relacionado aos lucros, enquanto o
Controle Social defende a vida e a gestão pública. “É importante que o SUS seja gerido pelo Estado, que tenha
profissionais concursados e não terceirizados nos serviços, evitando a
rotatividade de profissionais”, ressalta.
O 3º secretário do CES-MG, Pedro Cunha, afirma que o Conselho irá atuar
ativamente junto à Comissão de Saúde da ALMG e na mobilização popular para
pedir a derrubada do veto. “O CES está
articulando uma reunião com a Comissão de Saúde da Assembleia para mobilizar parlamentares
para a derrubada do veto. Precisamos da maioria absoluta, ou seja, 50% mais um
(39 votos) dos deputados no dia da apreciação do veto e que será submetida a
uma votação aberta”, descreve. Ederson acrescenta que está sendo proposta
uma audiência pública pela deputada Beatriz Cerqueira, com acrescemos desta
pauta. “O CES-MG reafirma a defesa do sistema público e de qualidade sem a
participação das OS’s. A atitude da ALMG foi um passo importante ao submeter
proposta de lei às deliberações dos conselhos de Saúde e Educação”, afirmou.
Pedro defende que a melhor estratégia neste momento é que a população
pressione por meio de email’s, telefonemas e redes sociais deputadas e
deputados, que são as pessoas que receberam o voto de confiança de eleitoras e eleitores
e assim “fazer valer o Artigo 1º da
Constituição Federal que diz que ‘todo Poder emana do Povo…”, reforça
o conselheiro.
Colocamos aqui
a lista de contatos de deputadas e
deputados estaduais, para quem quiser acessar pelo computador e
esta lista para
celular.
Modelo de privatização
Os modelos de gestão privada em serviços públicos de Saúde e Educação
vêm sendo implementados em estados e municípios brasileiros e têm resultado
comprovadamente na precarização dos serviços e comprometido o interesse
público. “Estes mecanismos têm sido utilizados
como um caminho para a privatização, por isso é fundamental a articulação com o
Legislativo mineiro para que haja a derrubada do veto do governador para manter
a proposta já aprovada na casa”, defende Pedro. O 3º secretário acrescenta
que está sendo organizada ainda a coleta de assinaturas entre a população
direcionada a deputadas e deputados, com o objetivo de aumentar a adesão ao
veto legislativo.
Fonte: Conselho Estadual de
Saúde