Novas restrições para contas de adolescentes são implementadas pelo Instagram no Brasil

A partir de agora, todos os novos usuários nessa faixa etária terão suas contas ajustadas por padrão, por meio de uma Inteligência Artificial (IA).

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22 Abril, 2025

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Novas restrições para contas de adolescentes são implementadas pelo Instagram no Brasil


O Instagram anunciou nesta segunda-feira (21) a implementação de um reforço de restrições em contas de adolescentes no Brasil, uma modalidade de supervisão voltada para usuários de 13 a 17 anos que promete maior segurança e controle parental.

Os perfis são automaticamente configurados para usuários menores de 18 anos, para criar um ambiente digital mais seguro. A iniciativa responde a críticas globais sobre os impactos das redes sociais na saúde mental de jovens, como ansiedade, depressão e exposição a conteúdos inadequados.

A partir de agora, todos os novos usuários nessa faixa etária terão suas contas ajustadas por padrão, por meio de uma Inteligência Artificial (IA), e os já existentes serão migrados para essa modalidade nos próximos 60 dias.

Diferentemente das contas comuns, que oferecem maior liberdade de configuração e interação, as contas possuem restrições automáticas para proteger os jovens de interações indesejadas e conteúdos potencialmente nocivos. As principais diferenças incluem:

1.    Privacidade reforçada: os perfis são privados por padrão, ou seja, apenas seguidores aprovados podem ver postagens, stories e interagir com o usuário. Em uma conta comum, o usuário pode optar por um perfil público, permitindo que qualquer pessoa visualize e comente suas publicações.

2.    Restrições de mensagens: adolescentes só podem receber mensagens de pessoas que já seguem ou com quem já estão conectados. Em contas comuns, não há essa limitação, e qualquer usuário pode enviar mensagens diretas (DMs), aumentando o risco de contatos indesejados ou sextortion.

3.    Controle de conteúdo sensível: as configurações mais restritivas de conteúdo sensível são ativadas automaticamente, reduzindo a exposição a materiais como vídeos de brigas, conteúdos que promovem procedimentos estéticos ou comportamentos de risco (ex.: dietas extremas). Em contas comuns, o usuário pode ajustar essas configurações livremente, o que pode levar à exposição a conteúdos inadequados.

4.    Interações limitadas: apenas seguidores podem marcar ou mencionar o adolescente em publicações. Além disso, o recurso “Palavras Ocultas”, um filtro antibullying, é ativado na versão mais rigorosa, bloqueando comentários e mensagens com palavras ou frases ofensivas. Em contas comuns, essas configurações são opcionais e menos restritivas.

5.    Gerenciamento de tempo: adolescentes recebem lembretes automáticos após 60 minutos de uso diário, incentivando pausas, e o “Modo Noturno” (das 22h às 7h) silencia notificações e envia respostas automáticas em DMs. Contas comuns não possuem essas notificações automáticas, e o gerenciamento de tempo depende da iniciativa do usuário.

6.    Restrições em lives: usuários menores de 16 anos não podem iniciar transmissões ao vivo sem permissão parental, uma medida que visa reduzir riscos de interações inadequadas em tempo real, já que lives têm menor controle de moderação. Em contas comuns, qualquer usuário pode iniciar uma live sem restrições.

A supervisão parental foi ampliada, oferecendo aos pais ferramentas mais robustas para monitorar e gerenciar a experiência de seus filhos no Instagram. Esses controles, que vão além do que já existia na Central da Família (lançada em 2022), incluem:

1.    Aprovação de configurações: para usuários menores de 16 anos, qualquer tentativa de alterar as configurações restritivas (como tornar o perfil público ou desativar filtros de conteúdo) exige permissão dos pais. Para maiores de 16 anos, os pais podem ativar a supervisão para ter o mesmo nível de controle.

2.    Monitoramento de atividades: pais podem visualizar quem o adolescente segue, quem o segue e com quem ele trocou mensagens nos últimos sete dias (sem acesso ao conteúdo das mensagens). Também é possível acompanhar os tópicos que o jovem explora no feed e na aba “Explorar”.

3.    Gestão de tempo: os responsáveis podem definir limites diários de uso, agendar pausas (como durante a noite ou horários de estudo) e ativar o “Modo Noturno” para bloquear o acesso ao app em horários específicos.

4.    Notificações de denúncias: caso o adolescente denuncie uma conta ou publicação, os pais recebem uma notificação com detalhes sobre o motivo da denúncia, permitindo que acompanhem situações de bullying ou conteúdo impróprio.

Essas limitações, embora visem segurança, podem ser percebidas como restritivas por alguns adolescentes. A falta de autonomia para ajustar configurações ou iniciar lives sem permissão pode gerar frustração, especialmente para aqueles que usam o Instagram para criar conteúdo ou se conectar com comunidades maiores.

Por outro lado, as medidas atendem às principais preocupações dos pais, como o risco de cyberbullying, exposição a conteúdos inadequados e uso excessivo da plataforma, oferecendo uma experiência mais controlada e segura.

Fonte: Paranaíba Mais

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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