Novas restrições para contas de adolescentes são implementadas pelo Instagram no Brasil
A partir de agora, todos os novos usuários nessa faixa etária terão suas contas ajustadas por padrão, por meio de uma Inteligência Artificial (IA).

O Instagram anunciou nesta segunda-feira (21) a
implementação de um reforço de restrições em contas de adolescentes no Brasil,
uma modalidade de supervisão voltada para usuários de 13 a 17 anos que promete
maior segurança e controle parental.
Os perfis são automaticamente configurados para
usuários menores de 18 anos, para criar um ambiente digital mais seguro. A
iniciativa responde a críticas globais sobre os impactos das redes sociais na
saúde mental de jovens, como ansiedade, depressão e exposição a conteúdos
inadequados.
A partir de agora, todos os novos usuários nessa faixa
etária terão suas contas ajustadas por padrão, por meio de uma Inteligência
Artificial (IA), e os já existentes serão migrados para essa modalidade nos
próximos 60 dias.
Diferentemente das contas comuns, que oferecem maior
liberdade de configuração e interação, as contas possuem restrições automáticas
para proteger os jovens de interações indesejadas e conteúdos potencialmente
nocivos. As principais diferenças incluem:
1.
Privacidade reforçada: os
perfis são privados por padrão, ou seja, apenas seguidores aprovados podem ver
postagens, stories e interagir com o usuário. Em uma conta comum, o usuário
pode optar por um perfil público, permitindo que qualquer pessoa visualize e
comente suas publicações.
2.
Restrições de mensagens: adolescentes
só podem receber mensagens de pessoas que já seguem ou com quem já estão
conectados. Em contas comuns, não há essa limitação, e qualquer usuário pode
enviar mensagens diretas (DMs), aumentando o risco de contatos indesejados ou
sextortion.
3.
Controle de conteúdo sensível: as
configurações mais restritivas de conteúdo sensível são ativadas
automaticamente, reduzindo a exposição a materiais como vídeos de brigas,
conteúdos que promovem procedimentos estéticos ou comportamentos de risco (ex.:
dietas extremas). Em contas comuns, o usuário pode ajustar essas configurações
livremente, o que pode levar à exposição a conteúdos inadequados.
4.
Interações limitadas: apenas
seguidores podem marcar ou mencionar o adolescente em publicações. Além disso,
o recurso “Palavras Ocultas”, um filtro antibullying, é ativado na versão mais
rigorosa, bloqueando comentários e mensagens com palavras ou frases ofensivas.
Em contas comuns, essas configurações são opcionais e menos restritivas.
5.
Gerenciamento de tempo: adolescentes
recebem lembretes automáticos após 60 minutos de uso diário, incentivando
pausas, e o “Modo Noturno” (das 22h às 7h) silencia notificações e envia
respostas automáticas em DMs. Contas comuns não possuem essas notificações
automáticas, e o gerenciamento de tempo depende da iniciativa do usuário.
6.
Restrições em lives: usuários
menores de 16 anos não podem iniciar transmissões ao vivo sem permissão
parental, uma medida que visa reduzir riscos de interações inadequadas em tempo
real, já que lives têm menor controle de moderação. Em contas comuns, qualquer
usuário pode iniciar uma live sem restrições.
A supervisão parental foi ampliada, oferecendo aos
pais ferramentas mais robustas para monitorar e gerenciar a experiência de seus
filhos no Instagram. Esses controles, que vão além do que já existia na Central
da Família (lançada em 2022), incluem:
1.
Aprovação de configurações: para
usuários menores de 16 anos, qualquer tentativa de alterar as configurações
restritivas (como tornar o perfil público ou desativar filtros de conteúdo)
exige permissão dos pais. Para maiores de 16 anos, os pais podem ativar a
supervisão para ter o mesmo nível de controle.
2.
Monitoramento de atividades: pais
podem visualizar quem o adolescente segue, quem o segue e com quem ele trocou
mensagens nos últimos sete dias (sem acesso ao conteúdo das mensagens). Também
é possível acompanhar os tópicos que o jovem explora no feed e na aba
“Explorar”.
3.
Gestão de tempo: os
responsáveis podem definir limites diários de uso, agendar pausas (como durante
a noite ou horários de estudo) e ativar o “Modo Noturno” para bloquear o acesso
ao app em horários específicos.
4.
Notificações de denúncias: caso
o adolescente denuncie uma conta ou publicação, os pais recebem uma notificação
com detalhes sobre o motivo da denúncia, permitindo que acompanhem situações de
bullying ou conteúdo impróprio.
Essas limitações, embora visem segurança, podem ser
percebidas como restritivas por alguns adolescentes. A falta de autonomia para
ajustar configurações ou iniciar lives sem permissão pode gerar frustração,
especialmente para aqueles que usam o Instagram para criar conteúdo ou se
conectar com comunidades maiores.
Por outro lado, as medidas atendem às principais
preocupações dos pais, como o risco de cyberbullying, exposição a conteúdos
inadequados e uso excessivo da plataforma, oferecendo uma experiência mais
controlada e segura.
Fonte: Paranaíba Mais