Novembro Azul: câncer de próstata afeta 1 a cada 6 homens
Devido à alta incidência da doença, é fundamental a realização de check-up anual para diagnóstico precoce e maior chance de cura.
O câncer de próstata é a segunda doença
maligna mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. A
boa notícia é que, quando diagnosticado ainda em fase inicial, isto é, restrito
aos limites da próstata, a probabilidade de cura fica acima de 90%. Por isso, o
mês de novembro é dedicado a relembrar os homens sobre a importância do exame
de rotina.
De acordo com o urologista do Hcor, Dr.
Antonio Corrêa Lopes Neto, a idade ideal para iniciar o check-up pode
ter uma pequena variação. "Em geral, o recomendado é que homens comecem a
realizar os exames a partir dos 50 anos. No entanto, caso haja histórico da
doença na família, recomendamos antecipar para 40-45 anos. Da mesma forma,
indivíduos da raça negra devem se preocupar mais precocemente também",
orienta.
Para verificar a saúde da próstata, o
médico pode solicitar três exames: dosagem do PSA no sangue (um biomarcador de
câncer), exame de toque prostático e, eventualmente, ressonância da próstata.
"Habitualmente, a neoplasia de próstata não apresenta sinais em uma fase
inicial. Por isso, sempre explicamos para os homens que a ausência de sintomas
não exclui a possibilidade de ser portador dessa doença. Apenas com os exames é
que poderemos avaliar adequadamente", alerta o Dr. Neto.
Havendo suspeita da doença a partir
do check-up realizado, o médico solicita a biópsia da próstata,
para verificar se há malignidade e avaliar a melhor conduta para combater o
câncer. "Atualmente, existem excelentes opções de tratamento para todos os
estágios da doença. O avanço tecnológico e o melhor conhecimento da anatomia
prostática resultaram em cirurgias menos mórbidas, com menores complicações e
ótimos resultados oncológicos-funcionais. A radioterapia também passou por uma
grande evolução e apresenta bons resultados com poucas complicações. Hoje,
também contamos com uma grande variedade de medicamentos eficientes,
principalmente para doenças mais avançadas", explica o especialista.
Impacto da pandemia
Durante a crise sanitária da Covid-19,
houve uma grande redução na realização de exames de rotina, entre eles o de
dosagem de PSA no sangue. Na comparação com janeiro a setembro de 2019, o Hcor
registrou uma redução de quase 30% em 2020 e de mais de 7% em 2021. Apenas
neste ano é que a instituição apresentou um crescimento de cerca de 5%,
comparado ao mesmo período de 2019.
"Ao postergar a realização
do check-up, aumenta-se a chance de diagnosticar o câncer já em
estágio mais avançado. O ideal é que os exames sejam realizados todos os anos,
a partir da idade recomendada pelo médico. A coleta do sangue para a dosagem de
PSA, por exemplo, pode ser realizada até mesmo na própria residência do
paciente", ressalta o Dr. Neto.
Alerta vermelho
Ainda que o câncer de próstata não
apresente sintomas em estágios iniciais, devido ao atraso na realização de
exames ocasionado pela pandemia de Covid-19 e ao constrangimento dos homens em
realizar o exame de toque prostático, podem ser percebidas algumas alterações,
como:
- Ardência ou dor ao urinar;
- Micção frequente;
- Gotejamento de urina após micção;
- Fluxo urinário fraco ou interrompido;
- Vontade de urinar frequentemente à noite (Nictúria);
- Sangue na urina ou no sêmen;
- Disfunção erétil;
- Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos;
- Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.
"Ao notar qualquer mudança é
necessário procurar um médico para realizar os exames adequados e descobrir a
causa. Quanto antes o problema for diagnosticado, maiores serão as chances de
cura e menores serão os impactos na qualidade de vida", finaliza o
urologista do Hcor, Dr. Antonio Corrêa Lopes Neto.
Fonte: Hcor/Imagem: gov.br