Pandemia reforça pedidos da população por redução do subsídio de vereadores em Patos Minas
A crise econômica, causada pelo novo coronavírus, reacendeu o debate
sobre a redução dos subsídios dos vereadores de Patos de Minas. Nas redes
sociais, diversas campanhas pedem que os parlamentares diminuam os próprios
vencimentos e dediquem parte dos valores da folha de pagamento no combate à
COVID-19. A proposta também se estende para secretários municipais, prefeito e
vice.
De acordo com informações do portal da transparência, os vereadores
recebem R$10.109,30. A folha de pagamento tem valor bruto total de R$
171.858,10. Caso os vencimentos fossem reduzidos pela metade, em um mês, a
economia seria de R$85.929,15. Em três meses, sobrariam R$257.787,45.
Recentemente, a Câmara Municipal repassou mais de 1 milhão de reais para
ajudar no combate ao novo coronavírus. A proposta de redução salarial, no
entanto, não altera o tamanho do orçamento da Casa, que é de aproximadamente 17
milhões de reais. Esse percentual (6%) é definido pela Constituição Federal e é
calculado de acordo com o tamanho do orçamento do município.
Apesar disso, nas ruas, o sentimento é de que é possível aplicar mais
politicas de austeridade, sobretudo em tempos de crise. Ouvido pelo Clube
Notícia, o servente de pedreiro, que atualmente está desempregado por conta da
crise, Sebastião Oliveira, afirmou que toda redução de gastos é bem vinda.
“Ganham bem, né? Seria bom ajudar agora. A gente está aqui, passando trabalho
nessa crise doida. Pode ajudar mais, né. O pobre não tem nada numa crise dessa
não, moço”, comentou.
Essa ideia não é forte apenas entre os menos favorecidos, ou
desempregados, como o caso do senhor Sebastião Oliveira. Um dos exemplos é o
estudante universitário Felipe Antônio Silva. Para ele é necessário uma mudança
urgente na postura dos parlamentares de Patos de Minas. “A gente tem a
obrigação de cobrar dessas pessoas. De fazer com que elas entendam que é o
momento de ajudar, com o mínimo que seja. Nós não podemos aceitar que se gaste
tanto e se produza tão pouco”, disse.
Os movimentos que pedem a redução dos salários de agentes políticos não
é uma novidade. Há anos os brasileiros cobram o fim das regalias de Deputados,
Senadores e outros do alto escalão em Brasília. Na região, o mesmo acontece com
prefeitos, secretários e vereadores. Em Divinópolis (MG), por exemplo,
vereadores propuseram redução de gastos e até a extinção de salários. Depois
desse episódio, a discussão voltou a ganhar as redes sociais.
Redação: Clube Notícia