PF deflagra operação de combate à corrupção nos Correios de Minas e outros estados
A Polícia Federal indicou que a investigação teve início em Santa Catarina em 2018
A Policia Federal (PF) deflagrou nesta manhã desta sexta-feira (6), a
Operação Postal Off, para desarticular um esquema de fraudes que causou
prejuízo de R$ 13 milhões à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Cerca
de 110 policiais federais cumprem 12 mandados de prisão e 25 ordens de busca e
apreensão em três Estados - Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em Belo Horizonte, agentes realizam buscas em um endereço ligado aos
investigados e cumprem uma ordem de prisão temporária. Já na capital
fluminense, a PF cumpre 14 mandados judiciais - nove de prisão preventiva e 19
de busca e apreensão.
No Estado de São Paulo a ação acontece nos municípios de Cotia, Bauru e
São Caetano, com a realização de cinco buscas e cumprimento de dois mandados de
prisão preventiva. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal de
Florianópolis.
A Polícia Federal indicou que a investigação teve início em Santa
Catarina em novembro de 2018, quando foi apurado o primeiro indício dos crimes
praticados pelo grupo criminoso que tinha forte atuação nos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro.
A quadrilha contava com a participação de funcionários dos Correios, que
faziam com que grandes cargas postais dos clientes da empresa fossem
distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior
ao real.
De acordo com a PF, um dos principais modos de atuação do grupo era identificar
e procurar grandes clientes dos Correios para fazer uma oferta: que eles
rompessem seus contratos com a empresa pública e passassem a ter suas
encomendas postadas por meio de contratos das empresas do grupo criminoso com a
EBCT.
A investigação identificou ainda solicitações e pagamentos de vantagens
indevidas envolvendo empresários, funcionários públicos e agentes políticos,
configurando indícios de corrupção passiva e concussão.
Dados preliminares da PF apontam que o esquema do grupo criminoso causou
prejuízo ao menos R$ 13 milhões. O valor se refere apenas às postagens ilícitas
já identificadas, "não computado o prejuízo diário que estava sendo
causado pelo grupo investigado", diz a Polícia Federal.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões das contas e bens
dos investigados, incluídos carros de luxo e duas embarcações - uma delas um
iate avaliado em R$ 3 milhões.
De acordo com a PF, os investigados poderão ser indiciados por corrupção
passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem de
dinheiro e formação de organização criminosa.
Correios
Por meio de nota, os Correios informaram que estão colaborando
"plenamente" com as autoridades e que a empresa permanecerá
contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. "Os Correios
reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência",
diz o comunicado.
Por: Jornal Hoje em Dia