Poeta Juca da Angélica natural de Lagoa Formosa morre aos 98 anos de idade

O poeta popular José Joaquim de Souza, o Juca da Angélica, mineiro de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, nasceu em 7 de junho de 1918, quando “a Lagoa”, ainda era distrito de Patos de Minas. Ele começou a ficar conhecido regionalmente a partir de 2000, época em que foi convidado pela artista plástica e agente cultural Marialda de Amorim Coury Martins para apresentar seu trabalho em uma exposição em Patos. Acompanhado pela dupla Chiquito e Rubão, Juca da Angélica arrasou. 

De acordo com informações de familiares, o  poeta faleceu e foi sepultado neste domingo, 23 de setembro, aos 98 anos de idade. O sepultamento aconteceu em Lagoa Formosa. O Juca foi um artista da roça. Seus versos foram feitos todos de memória. Ele tinha uma memória prodigiosa. Como poeta, misturava tudo e pegava toda a tradição a que teve acesso, no meio caipira de onde se originou. Leu apenas dois poetas na vida, Casimiro de Abreu e Castro Alves, e sofreu muita influência do rádio e da música caipira. Também foi  ótimo contador de causos e sanfoneiro.

"Com a idade avançada, infelizmente estava praticamente surdo, quase não escutava mais. Era uma pessoa inquieta, brincalhona e adorava conversar", disse uma pessoa da família. Em 2001, depois de muita luta, conseguiu lançar, mesmo precariamente, o livro Meu canto é saudade, no qual pôde ser conhecida, se não toda, pelo menos parte significativa da obra do autor, que para muitos estavam à altura dos melhores poetas populares do país. O sepultamento de "Juca da Angélica", aconteceu às 15h00 no cemitério municipal de Lagoa Formosa. 

Autor:Weslley Raphael

Fonte: Vanderlei Gontijo