Prefeito de Carmo do Paranaíba apresenta defesa à Câmara e concede entrevista

A denúncia se refere à quebra do artigo 89 da Lei Orgânica do município.

Notícias | Política

24 Fevereiro, 2022

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Prefeito de Carmo do Paranaíba apresenta defesa à Câmara e concede entrevista


Há quase um mês após a denúncia contra uma possível quebra de decoro do prefeito carmense, César Caetano, apresentou na última sexta-feira (18), sua defesa à Câmara.

A denúncia se refere à quebra do artigo 89 da Lei Orgânica do município “São infrações Político Administrativas do prefeito, sujeitas ao julgamento pela Câmara e sancionadas com a perda do mandato: X – proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.”

No documento, assinado por 149 quintinenses, foi anexado (via pen drive) os três áudios do prefeito que circularam nas redes sociais nos últimos dias.

No último dia 31, a Câmara Municipal de Carmo do Paranaíba votou sobre o acatamento da denúncia. Votaram a favor da apreciação da denúncia os vereadores: Enivaldo do gás, Igão do Niterói, Júlio do Sindicato, Luís Ricardo, Maíra Queiroz e Múcio Moreira. Votaram contra a apreciação da denúncia: Dinei Mendes, Laura Melo, Subtenente Vaz, Rodrigo Carneiro e Rubinho dos Quintinos.

Defesa

Em entrevista na manhã desta quarta (23), o prefeito informou os pontos que baseiam tal defesa. Nela, César Caetano apresentou três pontos principais.

De acordo com ele, em primeiro lugar, a Comissão não estaria respeitando o procedimento. “A comissão teria que ser sorteada e os integrantes também deveriam ser sorteados em cada função de maneira pública. Não foi isso que aconteceu”, disse o prefeito.

No segundo ponto, o prefeito esclarece que todo o processo se baseia em áudios que foram vazados de um grupo familiar, não importando se foi de maneira culposa ou dolosa. Então, de certo modo, “teria ocorrido uma violação do princípio da intimidade, da privacidade. Sendo assim elas não podem ser usadas como instrumento de prova em nenhum processo, nem cível, criminal ou administrativo. Então, entendemos que a prova é ilícita”, afirmou.

No terceiro ponto, o prefeito afirmou que o quórum de votação do início do processo precisa ser de dois terços e não de maioria simples. “A Câmara se baseia em um Decreto de 1967, mas temos uma Lei da Constituição Federal e da Constituição de Minas Gerais que regulamenta a matéria, além de algumas jurisprudências nesse sentido”.

Além dos três pontos-base da defesa, o prefeito ainda questiona o andamento do processo. “Sabemos, por exemplo, que em uma reunião realizada no último dia 2 de fevereiro não foi feita uma ata. Esse documento só teria, segundo ele, sido lavrado no dia sete. “Então onde está a publicidade dos atos do Legislativo?”, questionou.

Outro fato questionado pelo prefeito foi a questão da pena aplicada caso o processo tenha êxito. O prefeito comparou as penas de meses de detenção em casos de injúria e difamação com a pena máxima em um crime de latrocínio. “Seria justo uma cassação de mandato apenas por causa de áudios vazados de um grupo de família?”, disse.

Para ele, todo esse processo não passa de uma perseguição política. “Como a oposição não tem onde me incriminar já que não há nenhum processo em meus mandatos, eles tentam criar situações influenciadas apenas na dor de não aceitar a derrota nas eleições”, finalizou.


Vereador e presidente da comissão, Múcio Moreira, analisa defesa e apresenta ponto de vista

De acordo com o presidente da comissão processante, Múcio Moreira, não são os vereadores que definem a pena da quebra de decoro. “Isso está na lei. Além do mais, não foram os vereadores que apresentaram a denúncia”, disse.

O primeiro ponto a ser analisado na defesa do prefeito se refere às pessoas a quem são direcionados os áudios. “Ele diz que é para algumas pessoas, mas os áudios são a prova que incluíram todos os quintinenses, o povo”, disse.

Outro item que deve ser observado, segundo o presidente, é a questão de o prefeito afirmar que houve retratação em três momentos. “Mas essa retratação não está incluída no processo. Quando o denunciante falou dos áudios, estes foram inseridos no processo”, afirmou.

Quanto ao caso dos cargos da comissão e todos os trâmites do processo, o vereador afirmou que estão sendo cumpridos de acordo com a lei.

Quanto ao rito processual 

A vereadora e relatora, Laura Melo tem até sexta-feira (25), para apresentar o relatório pedindo o prosseguimento ou o arquivamento do processo. Se a manifestação for pelo prosseguimento será a vez dos atos de instrução, ouvir as testemunhas e requerimentos de documentos, caso necessário.

Se o parecer for pelo arquivamento, o relatório é submetido ao plenário que decidirá pelo arquivamento ou pelo prosseguimento com o voto da maioria dos presentes.

 Por Tribuna Informa

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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