Prefeitos da AMAPAR avaliam primeiros resultados de medidas restritivas de enfrentamento à pandemia no Alto Paranaíba
Prefeitos do Alto Paranaíba realizaram na manhã desta sexta-feira (19),
reunião virtual, em que foram analisadas as primeiras medidas tomadas
através de Decretos e discutidas novas ações para o enfrentamento à pandemia na
região. A reunião foi aberta pelo presidente da AMAPAR, Dr. César
Caetano, prefeito de Carmo do Paranaíba, que fez uma breve explanação sobre os
primeiros resultados das restrições impostas em seu município. De acordo com o
prefeito, ainda não é possível observar resultados na velocidade de contágio,
no entanto, a população tem entendido as medidas e colaborado com o poder
público. “Os próximos quinze dias de medidas mais intensas, vão dar um sinal de
contenção na velocidade da doença”, comentou. Carmo do Paranaíba atingiu a
marca de mil pessoas contaminadas nesta semana, segundo informou o
prefeito.
Também presente na reunião, o prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo
Falcão comentou que o fechamento de alguns setores não é a medida que o
município queria adotar, mas que diante da gravidade da situação, é a única
alternativa encontrada para conter o avanço da doença, que em Patos de
Minas tem registrado uma média de 250 novos casos diários.
Falcão fez um apelo para que os prefeitos sigam o mesmo caminho, embora
alguns setores da economia estejam sendo fortemente prejudicados neste momento.
O município segue com permissão de funcionamento apenas dos serviços
essenciais, toque de recolher das 22h às 05h, proibição da venda de bebidas
alcoólicas e de atividades que promovam aglomerações como,
celebrações religiosas e torneios esportivos.
Falcão ainda informou que uma reunião foi realizada com o promotor
Coordenador do CAO-SAÚDE, Luciano Moreira, o Promotor de Justiça de
Patos de Minas, Rodrigo Tauffic, e técnicos da Secretaria de Estado de Saúde,
onde foi discutida a possibilidade de intervenção judicial, em algumas
situações, para que se consiga ampliar a estrutura de UTIS. No início de
janeiro o Hospital de Campanha tinha nove leitos com respiradores e hoje são
trinta leitos com respiradores, além de dez leitos intermediários e dezesseis
leitos clínicos, sem considerar os leitos clínicos e UTI do Hospital Regional.
“A velocidade de aumento de estrutura física já não acompanha o aumento da doença,
porque ela está crescendo de forma exponencial. Esse é o drama da situação que
estamos vivendo. Ampliar não vai resolver o problema da desassistência que está
ocorrendo, mas precisa ser feito”, alertou o prefeito.
Em relação ao custeio dessa estrutura em saúde, Falcão explicou que os
recursos enviados pelo Governo Federal no ano passado já se esgotaram, e que no
momento, o município tenta viabilizar verbas para ampliação e manutenção desses
novos leitos Covid. Recentemente, o município de Patos de Minas recebeu um
recurso da ordem de R$ 3.319.000,00, oriundo de emenda parlamento do Deputado
Estadual, Dr. Hely Tarquínio, somado a isso, o prefeito afirmou que o Governo
do Estado irá antecipar um valor de R$ 3 milhões, referente à dívida com o
município. Falcão lembrou que hoje, a estrutura do Hospital de Campanha, custa
aos cofres públicos, um valor de R$ 3 milhões mensais.
Atendendo uma solicitação do prefeito de Patos de Minas, na próxima
semana, o Secretário de Estado de Saúde, Carlos Amaral estará em Patos de Minas
para avaliar a situação da saúde pública que é polo da Macrorregião
Noroeste. Na oportunidade, os prefeitos do Alto Paranaíba devem se reunir
com o Secretário, onde levarão as reivindicações relacionadas à recursos e
estruturação de novos leitos.
Prefeitos apresentaram dados alarmantes do crescimento do número de
casos em seus municípios, como no caso de Coromandel, que enfrenta uma grave
crise em saúde pública. Presente na reunião, o prefeito Fernando Breno,
destacou que seu município tem a pior situação do Estado, considerando o número
de habitantes, de pessoas infectadas, internadas e os óbitos registrados.
Somente no mês de fevereiro foram 24 mortes em decorrência da Covid. Diante
deste cenário que vem se agravando ao longo do mês, Coromandel foi a primeira
cidade do município a adotar medidas mais rígidas, com o funcionamento somente
dos serviços essenciais, toque de recolher às 20h e instalação de barreiras
sanitárias pelos próximos dias. O município está gerenciando a situação com o
apoio de uma força tarefa do Governo do Estado, formada por técnicos da SES,
Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Samu e Defesa Civil.
O prefeito de São Gonçalo do Abaeté, Fabiano Lucas, destacou que apoio
financeiro nas esferas federal e estadual é fundamental neste momento, e que o
apelo deve partir de todos os prefeitos da região, promovendo uma grande
campanha informativa que apresente a grave situação que a região enfrenta.
“Precisamos de ações mais efetivas. A macrorregião Noroeste é a pior do Estado,
cada município está fazendo muito bem feito, mas nós precisamos agora de um
respaldo, principalmente do Governo Federal”, disse. Da parte do Governo do
Estado, Fabiano Lucas ainda pontuou que é preciso que o Estado analise a
possibilidade de adiantamento de recursos da dívida com os municípios ou mesmo
do remanejamento de recursos provenientes da indenização da Vale para o socorro
aos municípios.
Ao final da reunião, os prefeitos pediram à presidência da AMAPAR, a
viabilização de um encontro com representantes do Ministério da Saúde na
próxima semana. Em relação ao Governo do Estado, os prefeitos se organizam para
entregar ao Secretário de Estado de Saúde, um novo documento em nome de
todos os municípios da região. Em contrapartida, os prefeitos pedem o apoio dos
cidadãos para que fiquem em casa e aqueles que estão trabalhando
nos serviços essenciais, que cumpram as medidas sanitárias.
Fonte: ascom/amapar