Psiquiatra de Patos de Minas envolvido na polêmica da cloroquina recebe apoio nas redes sociais
Um
movimento chamado “Somos Todos Ricardo Pião” surgiu em Patos de Minas para
defender o psiquiatra Ricardo Pião, que foi denunciando ao Ministério Público e
ao Conselho Regional de Medicina. O grupo afirma que o médico “está fazendo o
bem e ajudando a curar pacientes com a COVID-19”. De acordo com a denúncia, de
autoria do município de Patos de Minas, Pião teria desobedecido à recomendação
do Conselho Federal de Medicina (CRM), além de descumprir leis que proíbem a
dispensação de medicamentos em consultório médico e publicidade indevida.
Para os envolvidos na campanha,
o psiquiatra estaria apenas ajudando a salvar vidas. Os grupos também entendem
que há politização da ação. Eles acreditam que a hidroxicloroquina e a
cloroquina se tornaram motivo de polêmica, por causa do presidente Jair
Bolsonaro (sem partido), que é o principal fiador do remédio. “O presidente
tomou e está aí. Estão é com politicagem sobre o tema. Somos todos Ricardo
Pião. Ele está apenas fazendo um bem para a nossa cidade, para salvar as
pessoas doentes”, disse uma apoiadora.
Como o movimento surgiu na
internet, o Clube Notícia não conseguiu identificar quem são os criadores e
incentivadores da corrente. As imagens em apoio ao médico surgiram em grupos de
WhatsApp e também no Facebook. A foto reproduzida nesta reportagem não tem
autoria definida.
A denúncia foi feita pelo
Município de Patos de Minas. O documento, remetido ao Ministério Público Estadual,
ao Ministério Público Federal e ao Conselho Regional de Medicina, aponta que o
médico cometeu diversas irregulares, além de infringir o Código de Defesa do
Consumidor e promover venda casada. A ação já foi recebida pelo MPMG e está em
fase de apuração.
Estudos comprovam que a substância não tem eficácia contra a
COVID-19
Uma pesquisa liderada pelos
principais hospitais privados do Brasil e publicada nesta quinta-feira (23) no
The New England Journal of Medicine descobriu que o uso da hidroxicloroquina
não melhorou as condições de pacientes hospitalizados com a Covid-19 que
apresentavam quadros leves ou moderados. O estudo verificou que o uso de
hidroxicloroquina, sozinha ou associada com azitromicina, não mostrou efeito
favorável na evolução clínica dos pacientes.
A hidroxicloroquina foi usada
durante 7 dias na dose de 400 mg a cada 12 horas, e a azitromicina foi usada na
dose de 500 mg a cada 24h, pelo mesmo período. O resultado mostrou que o status
clínico dos pacientes após 15 dias de pesquisa foi similar nos três grupos. Ou
seja, a utilização do medicamento não promoveu melhoria na evolução clínica dos
pacientes.
Por: redação Clube Notícia
Fonte: CNN Brasil