Reajuste salarial dos professores irá ao plenário da ALMG nesta quarta-feira (7)
O governo Zema encaminhou à ALMG uma proposta de revisão salarial apenas para a educação básica porque o piso salarial estadual do magistério é vinculado ao piso salarial nacional.

O reajuste salarial de 5,26% para os profissionais da
educação básica do Estado será votado pelo plenário da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais (ALMG) em 2° turno nesta quarta-feira (7 de maio). Sem
contemplar as demais carreiras do funcionalismo público, o Projeto de Lei (PL)
3.503/2025 superou a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária nesta
terça-feira, quase uma semana depois de ser aprovado em 1° turno.
A base do governo Romeu Zema (Novo) na Comissão de
Fiscalização Financeira e Orçamentária voltou a derrubar as emendas propostas
ao PL 3.503/2025. A primeira autorizaria o Executivo a estender os 5,26% às
demais carreiras de servidores públicos. Já a segunda proibiria o pagamento de
vencimentos inferiores a um salário-mínimo no Estado – em 2025, o valor é de R$
1.518. Ambas foram apresentadas pelo bloco de oposição a Zema.
O líder do governo, João Magalhães (MDB), o líder da
maioria, Roberto Andrade (PRD), e o ex-secretário de Governo Gustavo Valadares
(Mobiliza) acompanharam o voto do relator e presidente da Comissão de
Fiscalização Financeira e Orçamentária, Zé Guilherme (PP), para rejeitar as
emendas. A deputada Beatriz Cerqueira (PT) e os deputados Dr. Hely Tarqüínio
(PV) e Sargento Rodrigues (PL) foram contrários ao parecer de Zé Guilherme.
O relator lembrou que a Constituição do Estado veta
que deputados tenham a iniciativa de propor reajustes para servidores. “Esse
movimento tem que vir do Executivo. Então, tecnicamente, eu, como relator da
matéria, sou impossibilitado de acatá-la. Aí, depende de negociações entre a
Casa e o governo do Estado, e, se vier uma emenda do governo para que a gente
possa acatar a mudança no relatório, é viável”, argumentou Zé Guilherme.
Apesar de a Comissão de Fiscalização Financeira e
Orçamentária ter derrubado as emendas, a oposição voltará a apresentá-las em
plenário nesta quarta, mesmo com o parecer pela rejeição. Além delas, Rodrigues
apresentará uma terceira emenda, para autorizar o governo Zema a recompor as
perdas inflacionárias dos salários dos servidores da segurança pública em
4,83%, índice correspondente ao IPCA acumulado ao longo de 2024.
De acordo com Beatriz, Minas Gerais é um dos únicos
seis Estados entre os 26, mais o Distrito Federal, que não têm uma legislação
para proibir o pagamento de vencimentos inferiores ao salário-mínimo. “Segundo
o Portal da Transparência, são 62.703 servidores que recebem menos de um
salário-mínimo. Destes, pouco mais de 16 mil são professores. Ou eles começaram
a receber do Estado sem completar todo o mês de trabalho ou têm uma jornada
inferior a 24 horas semanais”, citou a deputada.
Após se dizer frustrado com a ausência de uma proposta
de recomposição para a segurança pública, Rodrigues pediu aos servidores que
façam campanha contra o vice-governador Mateus Simões (Novo), pré-candidato ao
governo de Minas em 2026. “Nós temos que usar as armas que nós temos e o voto é
uma arma importante contra este tipo de covardia praticada pelo governo”,
frisou o presidente da Comissão de Segurança Pública.
O governo Zema encaminhou à ALMG uma proposta de
revisão salarial apenas para a educação básica porque o piso salarial estadual
do magistério é vinculado ao piso salarial nacional. Em janeiro, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reajustou o piso
nacional em 6,27% para profissionais com jornadas de 40 horas
semanais, 1,01 ponto percentual superior à revisão proposta pelo Palácio
Tiradentes.
Como a jornada semanal de um profissional da educação
básica de Minas Gerais é de 24 horas, o governo Zema defende que o Estado
cumpre o piso salarial nacional proporcionalmente. Entretanto, o Sindicato
Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE-MG) argumenta que
a Lei 27.710/2015 asseguraria o pagamento integral do piso aos profissionais do
magistério público estadual.
Fonte: O Tempo