Senado Federal discuti ampliação da licença-paternidade de 5 para 75 dias e criação do salário-paternidade
O texto foi aprovado, na última semana, pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH)
A
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai analisar nos próximos
dias o projeto de lei que aumenta a duração da licença-paternidade de 5 dias
para até 75 dias e também cria o salário-paternidade. O texto foi aprovado, na
última semana, pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
(CDH).
A
Constituição Federal garante que todos os trabalhadores têm direito à
licença-paternidade, mas a regulamentação ainda precisa ser feita. Enquanto
isso, a licença é de cinco dias, um período que permanece até hoje. O intervalo
pode chegar até 15 dias para trabalhadores de empresas que participam do
Programa Empresa Cidadã.
Em 2020,
a Central Única dos Trabalhadores (CUT) entrou com uma ação no Supremo Tribunal
Federal (STF) pedindo para fixar um prazo para a regulamentação da
licença-paternidade. Em abril de 2024, o STF reconheceu que houve uma falha na
criação da lei e deu um prazo de 18 meses para que o Congresso faça isso. Se
não houver uma nova lei, a Corte poderá decidir sobre as regras da licença-paternidade.
O projeto
é de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), mas o texto que será analisado
pela CCJ é de uma versão modificada e apresentada pela senadora Damares Alves
(Republicanos-DF).
O
substitutivo da senadora determina um aumento gradual do tempo da
licença-paternidade, sendo de 30 dias nos dois primeiros anos de vigência da
lei; de 45 dias no terceiro e no quarto anos de vigência da lei; e de 60 dias
após quatro anos de vigência da lei, mantida a possibilidade de extensão do
prazo em até 15 dias para as empresas adeptas do Programa Empresa Cidadã.
Assim, pode chegar a 75 dias.
O projeto
também muda as Leis 8.212 e 8.213, de 1991, para criar o salário-paternidade,
com regras semelhantes às do salário-maternidade. Esse benefício será uma renda
mensal igual ao salário completo do pai e será pago pela empresa. Depois, a
empresa será reembolsada pela previdência.
Tramitação
Após a
CCJ, a proposta será apreciada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e
pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que terá decisão final no Senado. Após
isso, o texto seguirá para Câmara dos Deputados, onde há o Grupo de Trabalho
para Regulamentação e Ampliação da Licença-Paternidade.
Fonte: O
Tempo